PASTORA E MARIDO SÃO PRESOS POR MORTE DE MULHER QUE ESTAVA EM CÁRCERE (ENTENDA/GN - POLÍCIA)

A causa da morte foi desnutrição grave/Reprodução



Flávia Cunha Costa, de 42 anos, morreu após viver por meses em situação degradante dentro da casa da pastora Marleci Ferreira de Araújo e do marido dela, Ronnyson dos Santos Alcântara, no bairro do Guamá, em Belém/PA. De acordo com a Polícia Civil do Pará (PCPA), a mulher foi vítima de maus-tratos físicos e psicológicos, e a causa da morte foi desnutrição grave.



A prisão preventiva do casal foi cumprida na manhã desta sexta-feira (4). A investigação teve início em 15 de maio, após denúncia sobre as condições em que Flávia vivia. Segundo o relato, ela era obrigada a trabalhar como empregada doméstica e apresentava sinais visíveis de desnutrição.

Polícia visitou o lugar um mês antes da morte

Apesar de debilitada, Flávia negou os maus-tratos aos policiais e se recusou a ir à delegacia, dizendo que mantinha uma amizade com o casal e que sofria perseguição religiosa da própria família. No entanto, os agentes encontraram o quarto onde ela dormia em péssimas condições de higiene e estrutura. Os familiares também confirmaram que a mulher era vítima de violência psicológica.

Mesmo sem flagrante, a Justiça autorizou mandados de busca e apreensão e decretou a prisão dos suspeitos. O casal negou as acusações.

Abandonada sem documentos

Flávia morreu no dia 19 de junho, quase um mês após a primeira abordagem policial. Segundo o boletim de atendimento, ela foi deixada no Pronto-Socorro Municipal do Guamá pelo próprio casal, que se apresentou como “vizinho” e abandonou a vítima sem documentos. O casal fugiu do local após a médica levantar a hipótese de maus-tratos e a assistência social acionar a polícia.

A delegada Bruna Paolucci, titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), reforçou que o caso será tratado como crime de cárcere privado com resultado morte.

“O corpo de Flávia falava o que ela não conseguiu dizer. A omissão de socorro, as condições precárias e a ausência de liberdade indicam que ela foi vítima de manipulação e abuso emocional”, afirmou a delegada.

Portal Tucumã

 

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