"NÃO ESTÁ SE COMPORTANDO COMO CHEFE DE ESTADO, MAS COMO MOLEQUE", DIZ SINDJORNAL SOBRE BOLSONARO (GN - AL)

Foto: Cada Minuto


Após a declaração ofensiva do presidente Jair Bolsonaro, feita nesta terça-feira (18), a jornalista da Folha de São Paulo, Patrícia Campos Mello, em que o chefe do Executivo afirma, durante uma entrevista, que a profissional “queria dar o furo”, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Alagoas (Sindjornal), disse que repudia esse tipo de agressão, que Bolsonaro vem fazendo ataques à profissão de jornalista, desde sua campanha para a Presidência, e que não está agindo como chefe de Estado, mas como um "moleque".


“O presidente partiu para o ataque em caráter misógino e a gente repudia esse tipo de coisa. Já não bastam os ataques à profissão que o presidente Bolsonaro vem fazendo desde quando era candidato”, disse o presidente do Sindjonal, Izaías Barbosa, em entrevista ao Cada Minuto.

Para Barbosa, Bolsonaro sempre deixou claro que quer que sua palavra seja aceita e que nada seja rebatido. “A imprensa está aí para denunciar e orientar a população, mostrando os fatos como eles são e ele não aceita isso”, destacou.

“A gente repudia este tipo de ataques a qualquer profissional, jornalista. O presidente tem que respeitar. Ele é um chefe de Estado e não está se comportando como um chefe de Estado, mas como, já não digo uma pessoa qualquer, mas como um moleque. Isso é molecagem, o que o presidente está fazendo. Ele tem que lembrar que ele agora não é o Jair Bolsonaro, uma pessoa normal. Ele é um chefe de Estado e não deve se comportar da maneira que vem se comportando”, frisou o presidente do Sindjornal.

Izaías Barbosa também ressaltou que o Sindjornal e sindicatos de todos os estados do Brasil apoiam a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), que emitiu uma nota caracterizando a atitude do presidente como um ataque.

De acordo com o comunicado, a Fenaj alega que “o Presidente da República protagoniza grave episódio de machismo, sexismo e misoginia”. As falas, reproduzidas ao vivo por Bolsonaro, foram interpretadas com uma conotação sexual.

Ainda segundo a Federação, a jornalista vem sendo alvo de diversos ataques virtuais dos seguidores de Bolsonaro devido ao seu trabalho investigativo, “que denunciou o pagamento, por um grupo de empresários apoiadores de Bolsonaro, para envio em massa de mensagens falsas por meio de aplicativo, na campanha presidencial de 2018”.

Por fim, a Fenaj manifestou mais uma vez o repúdio ao teor do pronunciamento do presidente e, ao lado da Comissão Nacional de Mulheres, colocou-se como incansável na tarefa de denunciar, as declarações feitas pelo presidente.

“Dedicamos nossa solidariedade e atuação sindical, seja no campo político ou no jurídico (em fase de encaminhamento), às mulheres desse país, às mulheres jornalistas, às mulheres trabalhadoras, na pessoa de Patrícia Campos Mello, na certeza de que não passarão os insultos e ofensas de cunho machista, sexista e misógino. Que nosso grito de repúdio sirva para frear tais comportamentos, vindos de quem quer que seja, sobretudo do mandatário da Nação, que deveria defender toda a população e, sobretudo, as maiorias silenciadas de direitos”, enfatizou a Federação.

Cadaminuto

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