Foto: Cadaminuto
Mesmo dando um fôlego para as contas públicas, a política de privatização anunciada pelo governo Bolsonaro nos últimos dias não resolve os problemas do país, segundo uma avaliação do economista alagoano Rômulo Sales.
O especialista lembra que a privatização, ou desestatização, foi implantada no Brasil no final da década de 1990, no governo FHC, gerou caixa extra para o Estado, mas não resolveu o problema do país, além de ter feito a taxa de desemprego crescer à época. “Sem falar que estamos indo na contramão da economia mundial”, disse Sales.
“Há estudos que indicam que o principal motivo de se querer privatizar é a queda da receita e consequentemente aumento do déficit público. É preciso lembrar que o corte dos gastos do governo, a PEC dos gastos, reduziu abruptamente a capacidade do Estado de investir na economia, e mais uma vez, indo na contramão da economia mundial, fez com que as possibilidades de recuperação econômica fossem ladeira a baixo”, afirmou o economista.
Segundo ele, a saída encontrada já que não se pode investir para aumentar a receita, é vender ativos. “Não acredito que a política de privatização irá resolver o problema do país, como não resolveu até agora”, afirma o economista.
Como exemplo, Sales coloca que entre 2015 a 2018 estamos com a mesma taxa de crescimento do desemprego do período FHC, 4,8% a.a.
“Talvez uma ou outra empresa se justifique, mas não venda generalizada. As privatizações das telecomunicações é outro exemplo de que não há relação direta com melhora. Temos um setor com uma das tarifas mais caras do mundo e com altos índices de insatisfação dos consumidores”, finalizou o economista.
Cadaminuto
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