Ex-governador citou participação do ex-presidente do COB Nuzman, que disse: 'Isso não aconteceu'. De acordo com Cabral, Lula e Paes não participaram do esquema, mas sabiam dos pagamentos; eles negam. Serguei Bubka e Alexander Popov foram citados/Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo/Arquivo.
O ex-governador Sérgio Cabral admitiu pela primeira vez que comprou, por US$ 2 milhões, votos que garantiram a escolha do Rio como sede da Olimpíada de 2016.
Em depoimento nesta quinta-feira (4) ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro, Cabral disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-prefeito Eduardo Paes não participaram do esquema, mas sabiam dos pagamentos de propina.
Em nota, a assessoria de Lula afirmou: "É inverídica e sem provas a referência feita ao ex-presidente Lula pelo ex-governador Sergio Cabral".
Paes disse: "no depoimento dado hoje, o Sr. Sérgio Cabral disse, com todas as letras, que Eduardo Paes não participou de qualquer esquema de compra de votos. Eduardo Paes reafirma, ainda, que nunca soube da existência do referido esquema.”
O interrogatório desta quinta foi um pedido da defesa de Cabral, que pretende colaborar com as investigações da Operação Unfair Play. Ele afirmou que o ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, indicou o presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), Lamine Diack, como intermediário da negociata.
No processo, Cabral é acusado pelo Ministério Público Federal de envolvimento em um suposto esquema de compra de votos no Comitê Olímpico Internacional (COI). Os investigadores querem saber se houve fraude na eleição do Rio para receber os Jogos Olímpicos.
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Por G1
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