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Parece piada pronta, mas não é. A Folha de S. Paulo relatou na última sexta-feira (22) que o Palácio do Planalto vive uma infestação de baratas. E não é novidade.
Segundo registros da imprensa, além de Michel Temer, ex-ocupantes do prédio, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, também tiveram problemas com os insetos. Engana-se, no entanto, quem acredita que o problema de baratas em Brasília pode ser associado apenas aos últimos três presidentes da República. Faz tempo que as infestações fazem parte do cotidiano do noticiário e, diante dos sucessivos casos de recorrência em “mal feitos”, dificilmente elas estão longe de acabar.
Basta lembrar, por exemplo, que há um deputado que cumpre pena em regime semiaberto. Celso Jacob trabalha durante o dia na Câmara e, à noite, se recolhe para a Papuda, por falsificar documentos em 2002 para construção de uma creche em Três Rios (RJ), quando era prefeito da cidade. No próprio Palácio do Planalto, segundo a Procuradoria-Geral da República, há uma infestação de acusados de corrupção. Dois ministros, Eliseu Padilha, na Casa Civil, e Moreira Franco, da Secretaria-Geral da Presidência, e o próprio Temer são considerados, pela PGR, como integrantes do “quadrilhão do PMDB”, que trocou benesses por dinheiro em benefício de si e do partido.
Se na época em que Dilma presidia o Brasil percorreu pelo país uma onda que sugeria que a corrupção seria banida do poder quando a presidente fosse retirada do cargo, não foi o que se viu. Dois ex-ministros de Temer, Henrique Eduardo Alves e Geddel Vieira Lima, estão presos e, até onde se vê, sem data para deixar de ver o sol nascer quadrado. E um ex-assessor do atual ocupante do Planalto, Rodrigo Rocha Loures, está solto, mas foi flagrado carregando uma mala com R$ 500 mil em propina. Para não esquecer, há ainda o ex-deputado federal, Eduardo Cunha, carrasco da então presidente Dilma, e que também caiu em meio à nuvem de inseticida sob a égide da Operação Lava Jato. Esses citados compõem o “quadrilhão” citado por Rodrigo Janot na segunda denúncia contra um presidente da República em exercício.
Lembremo-nos, todavia, que os peemedebistas voltaram a ser vidraça recentemente. Nas eras de José Sarney, Fernando Collor de Melo, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff não faltaram episódios em que “baratas” infestaram os noticiários de maneira que não deveria acontecer para chefes de Estado. Parece que o problema desses tipos de insetos é antigo no Brasil e não tem muitas perspectivas de mudar. As baratas, coitadas, são tão vítimas quanto os brasileiros. Para elas, o inseticida funciona. Para o restante das pragas, nem as urnas funcionam.
Por: Fernando Duarte (BN)
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