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O esquema envolvendo casas funerárias que atuavam de forma ilegal dentro do Hospital Geral do Estado, já acontece há cerca de 30 anos, segundo confirmou a Polícia Civil em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (06). Ao todo, 22 funerárias foram apontadas no esquema, treze pessoas foram presas e a polícia ainda investiga a participação de outros empresários e não descarta o envolvimento de servidores do HGE.
Segundo informações dos delegados Manoel Acácio Junior e Ronilson Medeiros, os próprios funcionários do HGE foram até o Ministério Público e denunciaram o esquema que se arrasta há 30 anos. Assim, a Polícia Civil iniciou as investigações em dezembro de 2015 e na quarta-feira, a Polícia Civil foi até o hospital e prendeu três pessoas.
Foram detidos Rogério Regueira Teixeira, Rogério dos Santos Costa e Marcelo Felipe. Os três eram autônomos, que trabalhavam com a farda do hospital, á serviço das funerárias, recebiam comissões que variavam entre R$ 60 e R$ 100, fazendo a limpeza dos corpos, com acesso irrestrito também no Instituto Médico Legal (IML) e Serviço de Verificação de Óbito (SVO).
Após a prisão dos três homens, a polícia chegou a dez proprietários das funerárias, identificados como Marcelo Lúcio Santos Costa, Robson Tadeu Costa, Maria Cícera Lima, Moacir de Araújo, Hudson Soares de Menezes, Liane Régis Lins, José Lins de Souza, José Eduardo Maia, José Carlos Silva e Adeilton Antônio da Silva.
A Polícia Civil informou as funerárias atuavam no HGE com uma escala ilegal. A cada dia, uma diferente, tirando assim, o direito das famílias de escolher onde queria e poderia comprar os caixões, além de fazer o reconhecimento dos corpos.
Como se não bastassem essas irregularidades, os três autônomos que se passavam por funcionários do hospital, ainda utilizavam formol de propriedade do hospital, que também era armazenado de forma irregular.
Diante do quadro encontrado, o delegado Manoel Acácio Junior, afirmou que ainda faltam dez dias para conclusão do inquérito e mais pessoas podem ser presas, inclusive, funcionários do HGE. “A diretora afirmou que desconhecia as irregularidades. Ainda temos mais dez dias para concluir o inquérito. Digo que mais pessoas podem ser presas, já que são 22 funerárias e até o momento, nenhum funcionário do hospital foi identificado, mas se isso vier acontecer, eu irei indiciar”, afirmou o delegado que ressaltou ainda, que um post do blogueiro Davi Soares, referente a normatização de corpos no HGE, serviu como referência para a investigação.
As treze pessoas presas foram apresentadas na sede da Divisão Especial de Investigação e Capturas (DEIC) e serão enquadradas nos crimes de organização criminosa, estelionato, usurpação de função pública, crime ambiental pelo mau armazenamento do formol e utilização irregular de espaço público.
NOTA - Na nota de esclarecimento, a Sesau ressalta que desde o princípio das investigações realizadas pela Polícia Civil vem contribuindo e prestando esclarecimentos necessários. Sobre os servidores, o órgão esclarece que eles responderão judicial e administrativamente caso tenham a participação comprovada.
"Quanto aos servidores envolvidos no suposto esquema denunciado pela Polícia Civil de Alagoas, todos terão direito a ampla defesa e, caso seja comprovada a participação nas ações ilícitas, eles responderão judicialmente e administrativamente", diz o documento.
A Sesau destacou também que, em setembro do ano passado, foi firmada uma parceria com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) e o Ministério Público Estadual (MPE) para regulamentar o fluxo do caminho do cadáver na unidade hospitalar.
"Com isso foi agilizada a remoção dos corpos de pacientes que entram em óbito na unidade, encaminhando-os ao órgão responsável, a exemplo do Instituto Médico Legal ou Serviço de Verificação de Óbito", afirma a nota.
Por: Cadaminuto e Gazeta Web
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