Consumidores desconhecem direito e associação alerta para a revenda clandestina (Arquivo)
Apesar de não haver números oficiais em relação aos acidentes em residências, todo e qualquer cidadão pode ser ressarcido por prejuízos provocados pelo vazamento de gás residencial. Apesar de existir garantias de que o botijão é 100% seguro, a Associação dos Revendedores de GLP do Estado de Alagoas (Argal) afirma que o consumidor tem direito a um seguro que cobre qualquer despesa. Órgão chama a atenção para a revenda clandestina, o que oferece mais riscos.
De acordo com o presidente da Argal, Laedson Soares, o consumidor que teve algum problema provocado pelo botijão de gás de cozinha tem o direito a receber um seguro no valor equivalente ao prejuízo, mas ele alerta de que é necessário adquirir o botijão em estabelecimentos devidamente credenciado na associação.
"Muita gente não sabe, mas qualquer prejuízo provocado pelo vazamento de gás de botijões, deve ser ressarcido pela empresa fabricante, ou pelo órgão competente, mas para isso é necessário adquirir o produto em uma revenda autorizada e possuir a nota fiscal", explica Laedson.
O consumidor que tiver algum dano provocado pelo vazamento de gás deve, primeiramente, procurar a revenda em que foi adquirido o produto com a nota fiscal em mãos. O estabelecimento notifica a empresa fabricante e a Argal para que possa ser iniciado o processo de ressarcimento a fim de cobrir qualquer custo.
A aposentada Maria das Vitórias, de 54 anos, desconhecia a existência do seguro, mas garantiu que nunca teve problema com os botijões devido à atenção no manuseio, como também os locais onde são adquiridos.
"Não sabia, como também nunca tive algum problema. Tomo todos os cuidados porque em uma explosão provocada pelo vazamento o estrago é grande e pode custar uma vida. Prefiro prevenir do que remediar e muito menos ter que solicitar o seguro", comentou.
Este ano apenas foi registrada um incêndio provocado pelo vazamento de gás de um botijão. O sinistro aconteceu em fevereiro, no bairro do Jacintinho, e ninguém ficou ferido.
O local abrigava um carrinho de acarajé e, à época, vizinhos afirmaram que a válvula havia sido esquecida pelo proprietário do local.
Após o incidente, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), divulgou uma nota explicativa, onde alerta que o botijões de gás não explodem. Confira:
Botijão de Gás não explode - Recipientes de Gás LP não explodem. Na maioria dos casos, a perícia constata que os acidentes resultaram de vazamentos em mangueiras, instalações mal feitas e botijões em péssimas condições de armazenamento (locais confinados, sem ventilação).
Botijões de 5kg, 8kg e 13kg, quando a temperatura chega à faixa de 70ºC a 77°C, um dispositivo de segurança, o plugle fusível, se abre para reduzir a pressão interna e evitar uma explosão. Por isso, quando há acidentes com botijões que resultam em incêndios, os recipientes saem intactos. Isso comprova que o botijão não explode, mas é o gás, que ao vazar do botijão e, concentrado em um local sem a ventilação necessária, ao entrar em contato com uma fonte de energia causa a explosão.
É importante que o consumidor siga corretamente as regras de manuseio a fim de garantir sua segurança. Ao manipular um recipiente ou em caso de suspeita de vazamento de gás, não se deve riscar fósforos ou acender luzes, bem como equipamentos elétricos. Se o fogão estiver ligado, deve-se desligá-lo imediatamente, ventilar o ambiente de forma natural e chamar a assistência técnica da empresa distribuidora ou o Corpo de Bombeiros.
Vendas ilegais - Atualmente, Alagoas possui mais de 850 pontos de vendas regularizados e autorizados a revenderem botijões de gás. Segundo a Argal, são estabelecimentos que passam por uma rigorosa inspeção e que precisam estar 100% dentro dos parâmetros seguros estabelecidos pela associação, Corpo de Bombeiros, entre outras entidades responsáveis por garantir a segurança para o consumidor e empresário.
Segundo Laedson, mensalmente são revendidos cerca de 500 mil botijões de gás, mas esse número poderia ser maior se não houvesse as vendas clandestinas, onde empresários não credenciados revendem o produto sem qualquer norma de segurança. Ainda segundo ele, atualmente existem 10 mil pontos ilegais em Alagoas.
"Os clandestinos não só ameaçam os revendedores legais, mas também toda a população. Hoje possuímos um padrão de segurança internacional, mas nesses estabelecimentos 'piratas' há o desrespeito pondo a vida de pessoas em risco. Há alguns que transferem o gás de diversos botijões usados para um único e colocam para a revenda, apenas visando o lucro e não a segurança social", detalhou.
Caso seja constatado a revenda ilegal de GLP, o consumidor deve alertar os órgãos competentes para que aquele ponto de venda seja fechado imediatamente.
Por: Gazeta Web
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