Polícia investiga se a morte tem relação com envenenamento da família/Reprodução
Uma das vítimas do arroz envenenado no Piauí, Maria Jocilene da Silva, morreu nesta sexta-feira (24). A informação foi divulgada pelo Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (Heda), em Parnaíba, litoral do estado. A causa da morte ainda é investigada.
Horas antes, o boletim médico havia informado que ela estava em estado gravíssimo, na UTI. Maria Jocilene voltou a ser hospitalizada na última quarta-feira (22), 20 dias após ter recebido alta do episódio envolvendo o arroz envenenado, no dia 1º de janeiro.
No boletim desta sexta, o hospital informou que a paciente passava por "exames complementares adicionais" e que estava em contato contínuo com o Instituto de Medicina Legal (IML) para identificar o que levou a mulher a ser internada.
Em nota, o Heda lamentou profundamente o falecimento da paciente e informou que o corpo será encaminhado para perícia no IML. "A causa do falecimento será divulgada somente após a conclusão da investigação", diz o comunicado.
"Neste momento de imensa dor, expressamos nossas mais sinceras condolências à família da paciente e reafirmamos que a equipe multidisciplinar do Heda atuou com total dedicação, seguindo rigorosamente todos os protocolos e medidas necessárias para garantir o melhor atendimento desde a admissão da paciente", afirmou o hospital.
Jocilene é uma das pessoas que comeram o arroz envenenado no dia 1º de janeiro. Na época, ela recebeu alta no dia seguinte. Na quarta (22), ela estava visitando em que o crime aconteceu quando passou mal, foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levada ao Heda.
Família envenenada com arroz
Cinco pessoas de uma mesma família morreram após comer o arroz envenenado. O principal suspeito do crime é Francisco de Assis Pereira da Costa, padrasto de uma das vítimas.
Ele foi internado junto com os outros familiares, com supostos sintomas de envenenamento, mas teve alta do hospital no mesmo dia e está preso temporariamente desde 8 de janeiro. A Polícia acredita que ele fingiu passar mal e, na verdade, comeu uma porção de arroz sem o veneno.
Um laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) apontou que o arroz estava contaminado com terbufós, uma substância tóxica semelhante ao chumbinho utilizada em pesticidas e cuja venda é proibida no Brasil. Veja, abaixo, quem consumiu o alimento:
Francisca Maria da Silva, de 32 anos (mãe de Maria Gabriela) - morta;
Manoel Leandro da Silva, de 18 anos (tio de Maria Gabriela) - morto;
Maria Gabriela da Silva, de 4 anos - morta;
Maria Lauane da Silva, de 3 anos (irmã de Maria Gabriela) - morta;
Igno Davi da Silva, de 1 ano e 8 meses (irmão de Maria Gabriela) - morto;
Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos (padrasto de Francisca Maria) - recebeu alta e está preso suspeito do crime. A Polícia investiga se ele realmente comeu o alimento;
Uma adolescente de 17 anos (tia de Maria Gabriela) - recebeu alta;
Maria Jocilene da Silva, de 32 anos (vizinha da família) - recebeu alta e foi socorrida novamente nesta quarta;
Um menino de 11 anos (filho de Maria Jocilene) - recebeu alta.
Francisco de Assis nega que tenha envenenado a família, mas admitiu ter "nojo e raiva" da enteada e não gostar dos filhos dela.
Dentre os motivos que levaram à prisão de Francisco, a polícia afirmou que ele deu versões diferentes sobre o ocorrido e que houve contradições entre os depoimentos dele e dos demais familiares.
G1
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