*Nas escolas, o método mais eficaz não é ensinar técnicas de memorização, mas ajudar os alunos a aprender como funciona a própria memória/Getty Images
Costumamos pensar na memória das pessoas como sendo boa ou ruim. No entanto, talvez você conheça alguém com uma péssima memória para nomes e rostos, mas que é muito bom em aprender idiomas. Outra pode ter uma capacidade extraordinária de se lembrar de eventos passados em detalhes, mas tem dificuldade para memorizar números de telefone.
Essas aparentes contradições são o resultado da complexidade de nossas memórias. Na verdade, elas são compostas de vários sistemas que são apoiados por uma série de estruturas e mecanismos neurobiológicos que variam dependendo do que estamos aprendendo e de como este aprendizado está sendo feito.
Aprender um novo idioma, por exemplo, não usa os mesmos mecanismos ou processos cerebrais que as informações científicas. Isso dificulta a generalização sobre o que torna uma determinada estratégia de memória mais ou menos eficaz em um ambiente educacional.
Neste artigo, vamos nos concentrar apenas na memória declarativa: partes explícitas de informações que podemos acessar conscientemente, como fatos, datas, nomes, eventos passados, conceitos e assim por diante.
Estudos sobre especialistas em memória competitiva (pessoas que conseguem se lembrar de grandes quantidades de informações) mostraram que, embora a genética seja responsável por grande parte das diferenças entre sermos melhores ou piores em recordar, é possível desenvolver uma capacidade excepcional de lembrar dados usando estratégias que foram praticadas por longos períodos de tempo. As mais usadas, conhecidas como mnemônicas (técnicas que auxiliam a memória), baseiam-se na criação de imagens mentais ou métodos verbais que geralmente exigem muito treinamento.
Os recursos de visualização, como o método de loci, consistem em associar os itens a serem lembrados a lugares específicos. Por exemplo, você pode memorizar uma lista de compras seguindo mentalmente seu trajeto para o trabalho e associando os itens da lista a diferentes lugares ao longo do caminho. Quando quiser se lembrar deles, basta refazer mentalmente o percurso.
*O artigo foi escrito pela coordenadora de doutorado em Educação e Processos Cognitivos da Universidade de Nebrija, na Espanha, Claudia Poch, e pelo investigador sênior do Centro de Investigação em Cognição Nebrija Jorge González Alonso, da mesma instituição, e publicado na plataforma The Conversation Brasil.
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Por: Metropoles
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