Baiano Roberto Pedreira diz que não bebe água há 50 anos. Internado com Covid-19, idoso afirma que toma até remédio com refrigerante/Reprodução
Especialistas em saúde ouvidos pelo g1 advertem: não sigam o exemplo do aposentado baiano Roberto Pedreira, que afirma que não bebe água há 50 anos. Aos 70, ele troca o líquido considerado essencial à vida por Coca-Cola Zero, até para engolir comprimidos.
"Eu não bebo água há 50 anos... Eu não gosto de água, só Coca Cola Zero. Todos os médicos que eu vou me recomendam água, mas eu bati de frente com o meu cardiologista e o meu endocrinologista. Até meus remédios eu tomo com coca. Nada com água, nem uma gota", disse o aposentado ao g1.
Internado no Hospital São Rafael, em Salvador, com Covid-19, ele posou para uma foto com seu refrigerante preferido. Roberto deixou ainda um aviso aos funcionários da unidade de saúde: "Não bebo água, só Coca-Zero".
Mas a prática é contraindicada por médicos. Profissionais de três especialidades ouvidos pelo g1 destacaram os danos que a troca pode provocar para o coração e para o metabolismo.
Hipertensão e outros problemas de saúde
"Refrigerante tem sódio, que acaba retendo líquido no nosso organismo. Isso não é bom", adiantou a cardiologista Rica Buchler, diretora dos Serviços de Reabilitação Cardiovascular e Cardiologia do Esporte do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, e co-coordenadora de ergometria e métodos gráficos na Dasa.
Um copo do refrigerante preferido do aposentado baiano Roberto Pedreira tem 28 mg de sódio. A médica explica que o problema do excesso desse ingrediente é o mesmo da cafeína: a propensão de aumento da pressão arterial. Esse aumento pode favorecer quadros de hipertensão, além de trazer riscos à saúde de pessoas que já são hipertensas.
"A cafeína acelera os batimentos cardíacos. Falando de uma maneira genérica, tira sono se tomado à noite e pode aumentar a pressão arterial. Como a gente vive em um país em que as pessoas só tratam o problema quando elas sentem alguma coisa, esse hábito de vida é totalmente danoso", avaliou a cardiologista.
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Por: G1
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