Uma pesquisa apresentada pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), em parceria com o Inteligência em Pesquisa e Consultoria (IPEC), mostrou que 75% das pessoas que consome álcool de forma abusiva no Brasil acredita estar dentro da categoria “bebo com moderação”.
O estudo mostrou o desconhecimento do brasileiro em relação aos reais limites do uso de álcool. Os dados foram obtidos através de pesquisas qualitativas que usaram representantes de diferentes grupos sociais para debater livremente em sessões de oito pessoas por vez. No total, foram ouvidas 1,9 mil pessoas em abril de 2023.
Segundo a pesquisa, 55% dos brasileiros não bebe, sendo 64% das mulheres e 45% dos homens. Outros 27% bebem moderadamente e 17% da população fazem consumo abusivo de álcool.
O que é o consumo abusivo de álcool?
O consumo é considerado abusivo quando o indivíduo toma seis ou mais doses de bebida por ocasião. Ou seja, o abuso não está relacionado só com a dependência em uma grande frequência de consumo, mas também à ausência de limites claros quando se bebe.
Para o CISA, consumir mais de quatro doses de bebida em uma única ocasião para mulheres e cinco para homens uma vez ao mês já é um quadro abusivo. Cada dose de bebida correponde a cerca de 350 ml de cerveja ou 150 ml de vinho.
Cerca de dois em cada três entrevistados que bebem disseram praticar este tipo de consumo mais de uma vez por mês. No entanto, entre os 882 entrevistados enquadrados como pessoas que abusam do álcool, 662 acreditavam ser pessoas que bebem moderadamente.
Enquanto o consumo moderado seria de dois copos de chope ou duas taças de vinho, por exemplo, a maioria dos participantes nos grupos de debate considerou que o consumo de cinco chopes ou de uma garrafa inteira de vinho no sábado como algo normal.
O perfil mais frequente das pessoas que abusam do álcool é de homens (65%); entre 25 e 34 anos (27%); com ensino médio completo (46%); e com renda superior a dois e inferior a cinco salários-mínimos (32%).
Segundo a pesquisa, 3% dos entrevistados admitiu que bebe muito, mas não vê problema nisso. Quando são considerados só os consumidores abusivos, o número chega a 11%.
Metrópoles
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