DOENÇA DA URINA PRETA EM PEIXES - INFECTOLOGISTA ALERTA PARA POSSIBILIDADE DE CASOS EM ALAGOAS DEPOIS DE CASOS NA BAHIA E PERNAMBUCO (GN - AL)

Médico Fernando Maia pede que população evite o consumo de pescados de regiões próximas do litoral/Rafa Chafer



A morte da médica veterinária Priscyla Andrade, de 31 anos, em Pernambuco, provocada pelo consumo de um peixe da espécie Arabaiana acendeu um alerta nas regiões de litoral em todo o país.


Isso acontece porque a toxina encontrada no animal é originária de uma alga que está presente de forma mais abundante em locais onde há maior incidência de poluição. O infectologista Fernando Maia alerta que, pela proximidade do litoral, casos da Síndrome de Haff podem voltar a ocorrer em Alagoas.

"A doença acontece em razão de uma toxina que é produzida por uma alga que vive nessa região litorânea, mais próxima da costa, e algumas condições ambientais são favoráveis para sua proliferação, como a poluição do mar, por exemplo. Os peixes que também vivem nessa região irão, eventualmente, se alimentar dessa alga e a toxina vai para a carne do peixe. Quem consumir o peixe com a toxina vai acabar contraindo a doença", explicou o infectologista.

Segundo o médico, apesar de Alagoas não ter registro recente da doença, é preciso estar alerta, uma vez que, apenas em 2021, já foram registrados casos na Bahia e em Pernambuco, estados de litorais muito próximos ao alagoano.

"Há muito tempo não aparece nenhuma caso da Síndrome de Haff em Alagoas, mas, como aconteceram casos recentes muito próximos, tanto ao sul como ao norte, é possível que aconteçam casos por aqui", disse Fernando Maia.

O infectologista pede, ainda, que a população escolha consumir apenas peixes pescados em alto-mar ou criados em cativeiro, até que os casos da doença deixem de surgir com frequência.

"A recomendação é que se evite consumir peixes pescados em águas mais rasas, como a Arabaiana, que provocou a morte de uma pessoa no Recife. Deve-se consumir peixes pescados em alto-mar ou peixes criados em cativeiro, como por exemplo, a Tilápia. É importante lembrar, também, que a alga não provoca nenhuma alteração na cor ou no sabor, e a toxina não é destruída no cozimento. Então, o melhor a se fazer é evitar o consumo", concluiu o médico infectologista.

MORTE

A médica veterinária Priscyla Andrade, de 31 anos, morreu, nessa terça-feira (2), no Recife, em Pernambuco, após 12 dias internada com suspeita de ter contraído a Síndrome de Haff, também conhecida como doença da urina preta.

De acordo com a família da vítima, a veterinária e sua irmã, Flávia Andrade, 36 anos, deram entrada no hospital, dois dias após ingerir o peixe da espécie Arabaiana. Os sintomas eram de aumento da pressão arterial e dores musculares.

Flávia recebeu alta no dia 24 de fevereiro, enquanto Pryscila seguiu internada na UTI.

Gazeta web

 

Nenhum comentário: