Após trinta anos preso, Erivaldo Francisco Neves de Oliveira, conhecido como Cabelinho, deixou o sistema prisional alagoano nesta sexta-feira (12). O homem, que “vive para matar”, saiu pela porta da frente do presídio Baldomero Cavalcante em Maceió/AL. Cabelinho progrediu de regime penal.
A Gazeta de Alagoas contou a história do reeducando na edição de 7 de outubro de 2017. Na época, ele, que estava preso desde 1990, confessou à repórter Regina Carvalho, 24 assassinatos, sendo 13 dentro do sistema prisional e 11 fora, todos com uso de faca. Ele revelou que o único arrependimento era de ter matado o próprio irmão um dia após o aniversário dele. Segundo ele, foram “umas cem” facadas, dadas com a sensação de “como se tivesse com fome e tivesse almoçando”.
Questionado pela repórter sobre o que faria quando ganhasse a liberdade, Cabelinho disse que estava com “vontade de ficar de boa”. Ele contou que gostaria de fazer o que fazia antes dos 20 anos, quando não tinha virado um assassino ainda. “Antes eu não morava na cidade, eu vivia no sítio. Trabalhando com terra, cuidando de bichos. Se não mexerem comigo eu não vou mexer com ninguém, não. Quem eu matei mexeu comigo. Quando eu sair da cadeia, estou com vontade de ficar de boa. O que tinha que fazer eu já fiz. Vou sair da cadeia com 50 anos. Perdi minha mocidade na cadeia”, disse à época.
Durante a entrevista, Erivaldo Francisco disse que ainda pode matar, se for agredido dentro ou fora do sistema prisional. “Já matei gente por causa de uma tapa. Um cara botou a mão pelo buraco da parede e deu uma tapa que pegou no meu irmão, o finado. Nós ficamos tocaiando, quando ele chegou no campo nós pulamos por cima. Meti a faca e matei, e fizemos uma bagaceira da gota. Até a mão dele eu arranquei. Quem quer levar uma tapa? Eu tenho isso ainda, se eu levar uma tapa eu mato dez. Se um preso der uma tapa em mim eu mato ele. Isso não me deixa triste. De jeito nenhum. Eu não preciso de nada, só do ‘comer’ do governo e pronto”.
A entrevista exclusiva dada por Erivaldo Francisco Neves de Oliveira à Gazeta de Alagoas pode ser acessada aqui.
Gazeta Web
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