Paulo Cupertino teve auxílio de 2 amigos para fugir, aponta investigação/Reprodução
O empresário Paulo Cupertino Matias, assassino do ator Rafael Miguel e dos pais dele, teve a ajuda de dois amigos na fuga. Uma conversa recuperada pela perícia mostra o que seria o pedido de ajuda dele ao amigo que era morador de Sorocaba (SP).
Foragido desde 9 de junho de 2019, Cupertino matou as vítimas porque não aceitava o relacionamento da filha, Isabela Tibcherani Matias, com Rafael. Além da jovem, a mãe dela, Vanessa Tibcherani de Camargo, também presenciou o crime.
Rafael interpretou o personagem Paçoca na novela "Chiquititas" e trabalhou no comercial em que uma criança pede brócolis à mãe. Ele também atuou em novelas como "Pé na Jaca", "Cama de Gato" e o especial de fim de ano "O Natal do menino imperador".
O empresário executou o ator e os pais dele atirando 13 vezes. As três vítimas estavam desarmadas e não tiveram tempo de reagir.
Segundo apurado pelo G1, dois amigos, um da capital e outro de Sorocaba, ajudaram na fuga do assassinato com dinheiro, transporte e até comida. Os três mantinham uma amizade por cerca de 15 anos.
O celular periciado, o do amigo da capital, foi apreendido para a investigação. Os peritos recuperaram a troca de mensagens entre Paulo, um interlocutor (morador de Sorocaba) e o amigo da capital, nos dias seguintes ao crime.
A perícia extraiu também do aparelho um comprovante de depósito bancário em nome do amigo do interior paulista no valor de R$ 5 mil. O valor havia sido pedido nas mensagens por Paulo após o crime para custear a fuga e também cópia dos documentos de um dos amigos.
Conforme a investigação, Cupertino recebeu auxílio financeiro e um carro do amigo da capital, que é dono de uma pizzaria em SP. O veículo teria sido usado para fugir do local dos crimes. Em seguida, recebeu ajuda no interior paulista para continuar com a fuga.
À polícia, o morador de Sorocaba contou que morava na cidade havia um ano e seis meses e que conhecia Paulo há 16 anos e o dono da pizzaria há 20 anos. Ele não foi localizado para falar sobre o caso.
Sobre o dia do crime, ele ainda afirmou que a esposa do dono da pizzaria ligou dizendo que Cupertino estava na rodoviária de Sorocaba. Em seguida, por volta das 19h, ele se encontrou com Paulo, que contou sobre a situação sem detalhes.
Em seguida, Paulo tomou banho e emprestou roupas do amigo, assim como uma mochila e um casaco.
Por volta das 21h daquele dia, segundo o depoimento a qual o G1 teve acesso, o investigado pediu para ir na casa de uma mãe de santo em Águas de São Pedro. Na outra cidade, a mulher teria pedido para Paulo se entregar.
No entanto, Paulo foi para outro município com o amigo, cerca de 200 quilômetros de onde estavam. A cidade não foi especificada no relato. Contudo, o outro conhecido não quis prestar ajuda e todos dormiram em um hotel.
Na manhã do dia 10, o homem afirmou que deixou Paulo na cidade. Já no dia 11 de junho, Cupertino pediu R$ 5 mil em dinheiro ao amigo dono da pizzaria.
Passagem por Campinas
No dia 12, o amigo do investigado detalhou à polícia que Paulo entrou em contato e disse que estava em Campinas (SP). Na cidade, ele pediu que o amigo o encontrasse. Os dois foram até a rodoviária e Paulo teria comprado uma passagem para Ponta Porã e que Cupertino havia ficado com a CNH dele.
O chip do celular e o aparelho foram quebrados e jogados no mesmo local, na rodoviária. O morador de Sorocaba afirmou ainda que a todo momento Cupertino estava armado e coagindo-o.
Além do estado de São Paulo, o investigado é procurado em diversos estados, como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Paraná, Goiás, Pará e Maranhão. E até em território argentino e paraguaio, países que fazem fronteira com o Brasil.
Gazeta Web com G1
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