Grupo se passava por desembargadores e auditores de tribunais de vários estados do Brasil; vítimas tiveram prejuízo de cerca de R$ 2 milhões - Foto: G1
Onze pessoas foram presas, nessa quarta-feira (4), suspeitas de aplicar golpes se passando por desembargadores e auditores de tribunais. Há indícios de que os acusados fizeram vítimas em Alagoas e em mais oito estados. Apenas no Piauí e em Santa Catarina, os acusados causaram um prejuízo de cerca de R$ 2 milhões.
De acordo com informações da polícia, os suspeitos prometiam liberar pagamentos de precatórios, que são créditos devidos por governos. Para isso, levantavam nos tribunais de Justiça do Piauí, Santa Catarina e Espírito Santo nomes de pessoas que tinham valores a receber e entravam em contato com elas.
Os policiais apreenderam, durante a operação, dinheiro em espécie, aparelhos celulares, cartões magnéticos, documentos diversos, notebooks e um automóvel.
Os agentes suspeitam que o grupo fez vítimas em Alagoas, Paraíba, Sergipe, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Ceará e Piauí.
Origem na Grande Fortaleza
Investigações da polícia apontam que a organização criminosa foi montada na Grande Fortaleza. Os líderes do grupo residem principalmente nas cidades de Maracanaú, Guaiuba e Pacatuba, na região metropolitana da capital cearense.
"Estavam baseados na Região Metropolitana, principalmente Maracanaú e Guaiuba, e a partir daqui aplicavam o golpe no Brasil inteiro. Foi preso o núcleo financeiro e alguns líderes", explica o gerente de polícia Especializada da Polícia Civil do Piauí, Matheus Zanatta.
A operação foi realizada, de forma simultânea, no Ceará e no Distrito Federal. Em Brasília, os policiais prenderam duas pessoas, entre elas, um foragido da Justiça com cinco mandados de prisão em aberto.
A polícia conseguiu identificar o modo de agir dos criminosos na aplicação dos golpes, os autores dos delitos e a estrutura da organização criminosa. "Dentre os presos há aqueles que realizam diretamente os golpes, aqueles que recebiam valores provenientes das vítimas e branqueavam esses valores, e aqueles que faziam o recolhimento e recambiamento desse dinheiro, fazendo os valores chegarem até os chefes da associação criminosa", explica Zanatta.
Os autores tentaram o golpe contra cidadãos habilitados nas listas dos Tribunais de Justiça. "Os autores se valiam de pesquisas em fontes abertas como buscadores de internet, e em fontes fechadas como empresas de bancos de dados para obter informações reais das vítimas e seus processos e dar credibilidade aos golpes", disse o delegado Anchieta Nery, titular da delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI).
Gazeta Web com G1
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