JOGADORA MARTA ESTÁ COBERTA DE RAZÃO, MAS PARECE QUERER RASGAR DINHEIRO (GN - ESPORTES)

Se Marta e Cristiano Ronaldo fossem auxiliar de escritório ou gerente de banco, a própria lei exigiria que recebessem o mesmo salário/Internet


A alagoana Marta está coberta de razão em recusar patrocínio com valores que ela julga abaixo de sua importância. Pena que não haja nada mais inútil do que estar coberta de razão. O mundo é cruel. A vida é injusta. E só maluco rasga dinheiro. Marta rasgou dinheiro.


Já ouvi jornalista esportivo dizer que a jogadora da seleção brasileira vale mais que um Neymar antes das estripulias parisienses. Pelo talento, concordo e quero troco. Pelo retorno financeiro que Marta oferece a um eventual anunciante, lamento informar, mas, mesmo acusado de estupro, o menino mimado causa mais empatia e atinge mais consumidores. A culpa disso não é minha, garanto.

Publicitários e CEOs de grandes empresas não estão preocupados com questões de gênero ou justiça identitária. O negócio deles é grana. Na hora de decidir o cachê de uma celebridade, o que entra na conta é quantos sabonetes, carros ou assinaturas de TV a cabo vão ser vendidas graças àquela criatura. Gisele Bündchen não ficou milionária apenas por ser mulher – e duvido que algum brasileiro lembre o nome do marido dela.

Diferentemente de ser respeitado como ser humano, ganhar cachês milionários não é um direito constitucional. Nem receber salários iguais, quando lidamos com gênios, mitos e superatletas. Se Marta e Cristiano Ronaldo fossem auxiliar de escritório ou gerente de banco, a conversa era outra – e até o extinto Ministério do Trabalho exigiria que recebessem o mesmo holerite ou contracheque.

Pelé vai muito bem financeiramente, obrigado. Mas o que ganhou em toda a sua vida não se compara a cinco anos de salários de Messi no Barcelona. Outros tempos. Se Maria Esther Bueno tivesse ganho Roland Garros em 1997, talvez alcançasse os R$ 10 milhões de patrimônio declarados por Gustavo Kuerten, em 2018. Jamais saberemos.

Que cada um conheça o próprio valor, isso é saudável. E que lute por reconhecimento, é digno. Mas se não vier, não adianta muito reclamar. O mundo não nos deve nada. Mas cobra.

Por: R7

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