GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA AINDA É COMUM EM ALAGOAS (GN - AL)

Somente no ano de 2017, 12.536 jovem deram à luz no estado; projeto tenta mudar realidade/Ilustração


A gravidez na adolescência tem sido cada vez mais comum no Brasil. Jovens de 10 a 19 anos estão trocando bonecas por filhos de verdade, além de encarar uma realidade ao inverso. A responsabilidade para elas chega mais cedo e, por isso, muitas se casam, param de estudar e deixam de lado uma vida apropriada para a sua idade.


Dados fornecidos pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) mostram que, em Alagoas, a situação não poderia ser diferente. 

Somente em 2017, 12.536 adolescentes deram à luz no Estado. Trata-se de uma realidade preocupante, porque os fatores que levaram os adolescentes – de ambos os sexos – a antecipar essa etapa da vida são diversos, como falta de informação, irresponsabilidade, drogas e, o pior deles, o estupro.

Para diminuir esse número, a psicóloga Malena Pereira coordena o projeto ‘Vale Sonhar’ no município de Marechal Deodoro. 

“Nosso objetivo é diminuir a incidência de adolescentes grávidas. Para isso, fizemos um levantamento nos 17 postos de saúde do município e os que apresentaram mais jovens grávidas, vão receber o serviço. Enfermeiras já foram capacitadas para que haja um resultado positivo”, assegura. 

Ainda segundo Malena, a educação sexual será trabalhada de forma dinâmica. O ‘Vale Sonhar’ está previsto para ser finalizado somente no mês de dezembro. 

“Serão trabalhados, mensalmente, temas e abordagens com dinâmicas diferentes. E, ao final, serão entregues certificados para os adolescentes que participarem do projeto”, ressaltou. 

As unidades de saúde que não apresentaram um número expressivo de jovens grávidas também receberão um pouco do projeto. “Para que a quantidade não aumente, uma vez ao mês, uma enfermeira do posto de saúde realizará uma sala de espera e, então, promover essa orientação sexual para as adolescentes”, expôs Malena. 

A especialista informou, ainda, que um dos problemas existentes no Brasil é a falta de apoio. Adolescentes não frequentam unidades hospitalares e poucos são os médicos que se propõe a orientar. 

“A ideia do projeto é tentar promover um apoio profissional que previne a gravidez na adolescência, além de ampliar e qualificar o acesso da população adolescente aos serviços de atenção básica. Infelizmente temos dificuldade de fazer a adolescente ir na unidade de saúde mais próxima. Também queremos sensibilizar os agentes de saúde para que eles possam fazer uma busca ativa e consigam, claro, convencer essa adolescente a vir na unidade disseminado informações sobre o cenário brasileiro de gravidez antes da vida adulta”, explicou. 

Em Marechal o Programa Saúde na Escola (PSE) também visa diminuir o número de jovens de 10 a 19 anos grávidas. 

O projeto leva para as unidades básicas de ensino palestras informativas sobre o tema.

Por: Gazeta de Alagoas

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