CARRO DE EMISSORA DE TV É INCENDIADO ENQUANTO EQUIPE COBRIA OPERAÇÃO POLICIAL (VEJA VÍDEO/GN - ES)

A suspeita é de que o incêndio seja criminoso e que tenha sido uma represália à operação que aconteceu na manhã desta segunda-feira (6), no Bairro da Penha em Vitória/ES - Foto: Reprodução/ TV Gazeta.


O carro de uma emissora de televisão do Espírito Santo foi incendiado, no início da tarde desta segunda-feira (6), próximo a Delegacia Patrimonial de Vitória, quando a equipe de reportagem cobria uma operação da Polícia Civil que acontecia no Bairro da Penha. Ninguém se feriu e o Corpo de Bombeiros controlou o fogo.


A suspeita é de que o incêndio seja criminoso. Testemunhas disseram que três homens colocaram explosivos debaixo do veículo para provocar o incêndio. Ninguém estava no automóvel.

A repórter Talita Carvalho e o cinegrafista Willian O'Brian perderam documentos pessoais que estavam dentro do carro.

Talita, que fazia a cobertura da operação para a emissora, contou que ficou em "estado de choque" e "sem reação" ao chegar no local e encontrar o veículo em chamas.

"Nós estávamos na Delegacia Patrimonial cobrindo toda essa megaoperação e começamos a escutar estalos. Foi quando a gente saiu correndo para ver o que estava acontecendo. Vi um carro pegando fogo e não identifiquei na hora que seria o nosso carro. Na hora que eu percebi foi um estado de choque, fiquei sem reação", contou.

A repórter contou que procurou a polícia e reclamou da resposta recebida. "Ainda voltei na delegacia para falar com os policiais. É revoltante a resposta que eu recebi. A resposta que recebi foi: 'Vocês pararam no pé do morro'. Como se a culpa fosse nossa. Perdemos documentos pessoais, equipamentos. A única coisa que conseguimos salvar foi a câmera que estava usando e nossos celulares", lamentou Tatiana.

A Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros e a Guada Municipal de Vitória foram até ao local para acompanhar o caso.

Sindicato: 'atentado à democracia'

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Espírito Santo (Sindijornalistas/ES) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) manifestaram total repúdio ao atendado sofrido pela equipe de reportagem.

"O Sindijornalistas e a Fenaj reiteram que qualquer ataque à imprensa é um atentado à democracia e cobram dos responsáveis pela Segurança Pública no Espírito Santo, na pessoa do secretário de Estado da Segurança Pública, Roberto Sá, que os autores desta barbárie sejam identificados e punidos. O fato se torna ainda mais grave por ter ocorrido nas proximidades de uma delegacia de polícia", diz a nota.

A operação

A operação realizada pela Divisão Especializada de Repressão aos Crimes Contra o Patrimônio (DRCCP) nesta segunda-feira (6), no bairro da Penha, em Vitória, prendeu suspeitos dos ataques que aconteceram em fevereiro contra uma empresa que fornece alimentos para os presídios, em Cariacica, e a um coletivo, incendiado em Nova Almeida, em Serra.

Segundo a Polícia Civil, foram cumpridos 11 mandados de prisão preventiva e 13 de busca e apreensão. Ainda não se sabe o número de pessoas presas. Um helicóptero da PM sobrevoou o bairro para auxiliar a operação.

Caso

Uma empresa que serve alimentação em presídios na Grande Vitória foi invadida por criminosos no dia 17 de fevereiro. Eles atiraram várias vezes contra a sede da empresa e tentaram atear fogo no local.

Depois do ataque, os criminosos ainda deixaram um bilhete, fazendo ameaças: "Se não melhorar a alimentação dos presídios vai ter vítima fatal. Isso é só uma demonstração de tudo que está para acontecer caso não melhore".

Três dias depois, em 20 de fevereiro, um ônibus do sistema Transcol foi incendiado na ES-010, em Nova Almeida, na Serra. Segundo a Polícia Militar, criminosos deixaram um bilhete no local, reclamando das condições de tratamento dos detentos nos presídios.

Vídeo AQUI.

Por: G1
Vídeo: Folha Vitória (R7)

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