MPF DE SÃO PAULO DENUNCIA TEMER E FILHA POR LAVAGEM DE DINHEIRO (GN - BRASIL)

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil


O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo ofereceu nesta terça-feira (2) denúncia à Justiça contra o ex-presidente Michel Temer (MDB) e uma filha dele, Maristela Temer, pelo crime de lavagem de dinheiro, agravado por ser praticado por associação criminosa. A ação ficará na 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo. João Batista Lima Filho, o Coronel Lima, e a mulher dele, Maria Rita Fratezi, são acusados pelos mesmos crimes. A força-tarefa da Lava Jato afirma que a reforma da casa da Maristela Temer foi financiada com dinheiro desviado das obras da usina nuclear de Angra 3.


A denúncia é desdobramento do chamado inquérito dos portos, que investigou se o então presidente da República Michel Temer tinha favorecido empresas do setor portuário com a edição de um decreto. 

Ela ocorre 12 dias após o ex-presidente ser preso pela Lava Jato do Rio. Ele foi solto no dia 25 de março após decisão do desembargador Antonio Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. O caso estava no Supremo Tribunal Federal (STF) e foi remetido para São Paulo em janeiro, quando Temer deixou a Presidência e perdeu o foro privilegiado.

A casa de Maristela Temer tem 350 m² e fica no Alto de Pinheiros, um dos bairros mais valorizados da capital paulista. Em 2014, o imóvel passou por uma grande reforma. A reportagem procurou o criminalista Eduardo Carnelós, que defende Michel Temer, e aguarda retorno. Em nota, o advogado Fernando Castelo Branco, que defende Maristela Temer, disse que “ainda não teve acesso ao teor da acusação, mas tem absoluta confiança de que será demonstrada a sua inocência”.

Os advogados Cristiano Benzota e Mauricio Leite, que defendem o coronel Lima e a mulher dele, Maria Rita Fratezi, informaram que ainda não foram notificados da denúncia. Ao G1, Benzota afirmou ver como “precipitada” a ação do MPF paulista, visto que os autos de desdobramento da investigação do inquérito dos Portos ficaram por mais de 40 dias com a Procuradoria-Geral da República em 2018, que os remeteu para que fossem instaurados inquéritos em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

“Se a própria PGR assim entendeu, significa que, após extensa avaliação, ainda não havia provas da existência de crimes e se fazia necessária a continuidade da investigação. Estes procedimentos chegaram recentemente à Justiça Federal e sequer houve a referida continuidade das investigações”, disse Benzota. 

(G1)

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