GRUPOS RELIGIOSOS DE ALAGOAS DESABAFAM SOBRE A INTOLERÂNCIA SOFRIDA NO ESTADO (GN - AL)

Religiosos de matriz africana, bruxos e espiritas comentam sobre como é viver em AL no mês onde se comemora o Combate a Intolerância Religiosa no país/Arquivo Pessoal


Durante o mês de janeiro são comemorados o Dia da Liberdade de Cultos (Art. 5º da constituição), na segunda-feira (7) e o Dia Nacional de combate à intolerância religiosa (Lei nº 11.635), segunda-feira (21), em todo o país. Sabendo disso, as minorias religiosas de Alagoas foram ouvidas para falar a respeito das suas vivências como fiéis sufocados pelo protagonismo religioso presente no estado.


Segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população parcial registrada em Maceió 2018 foi de 1.012.382, sendo destes, 81.3020 seguidores do cristianismo. Enquanto outras vertentes religiosas, como as de matriz africana, espíritas, budistas e outros, somam apenas 14.352

A Declaração Universal dos Direitos Humanos garante no artigo 18º o direito básico à liberdade de pensamento, consciência e religião; incluindo a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença pelo ensino, pela prática, pelo culto em público ou em particular.

Entretanto, não são todos os alagoanos que se sentem no direito de gozar de suas práticas religiosas. O professor de Educação Infantil de 34 anos, Petterson Sousa, se define como Filho de Omolu, abian no Ilê Nifé Omi Omo Posú Beta, terreiro de Candomblé Jeje e nega a existência da liberdade religiosa.

"Embora a gente tenha uma data especifica para comemorar o dia da liberdade de cultos, eu fico muito pensativo, porque foi-se criado um dia para celebrar uma liberdade que nunca existiu. Nós, que somos de uma fé com menos seguidores, temos a liberdade somente se estivermos reclusos em nossos muros sem interferir na vida de ninguém", disse o religioso.

Segundo Petterson, o preconceito sofrido pelas religiões de matriz africana está ligado a questões raciais. "O maior problema do país é não nos reconhecermos como uma sociedade racista. A intolerância religiosa para as pessoas de fé candomblecista ainda se dá porque ela é de uma religião fundada por aqueles que eram escravizados aqui no país. As pessoas ainda pensam poder julgar os outros baseado no que elas acham certo.", afirmou em um tom didático.

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Por: Gazeta Web

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