HOMOSEXUALIDADE NO SERTÃO - PRECONCEITO AGRIDE E MATA COMUNIDADE LGBT EM ALAGOAS (GN - SERTÃO DE ALAGOAS)

Mais de 90% das denúncias feitas ao Disque 100 são referentes a casos de LGBTfobia no interior


Preconceito, homofobia e machismo. Em terras de Lampião, o conservadorismo e a resistência ao novo, ao diferente, fazem vítimas sem dó, nem piedade. A intolerância ainda impera, provoca transtornos e leva à morte, e as tentativas de encarar a homossexualidade de frente no interior de Alagoas, em especial no Sertão, esbarram em uma muralha de ignorância que parece ser intransponível. Enquanto isso, famílias se autodestroem e muitas pessoas são obrigadas a esconder desejos e sentimentos com medo do julgamento alheio.


Assim foi e continua sendo com Thalita da Silva Araújo, mulher transexual de 21 anos que é natural de Inhapi, no Sertão de Alagoas. Desde que decidiu assumir a identidade trans, aos 15 anos, ela é vítima de deboches e xingamentos infundados. Mas a história começou bem antes, aos 8 anos de idade, quando ela já não se sentia confortável sendo um menino. 

"Desde os meus oito anos de idade eu já não me reconhecia no meu sexo biológico e, conforme o tempo foi passando, fui descobrindo que realmente era transexual. Quando completei 15 anos, assumi publicamente. Ser uma transexual em pleno Sertão alagoano não é fácil, especialmente no que diz respeito a questões de trabalho", afirma.

 A situação é tão séria que acabou interferindo, inclusive, na escolha da profissão que ela seguiria, a de cabeleireira. "Eu preferi essa profissão porque sei que é um trabalho autônomo, onde eu controlo as regras. Em um emprego formal, em sociedade, é mais difícil porque as pessoas ainda levam para o lado do machismo. Ouvimos muitos insultos, muitas piadinhas. A gente sofre demais com isso no Nordeste, mas é uma realidade", conta Thalita, que também atua como bombeira civil. 

Assim como ela, muitas pessoas são vítimas do preconceito que, em alguns casos, leva à morte. Em Alagoas, de 1º de janeiro até o final do mês de setembro deste ano, já foram registrados 13 assassinatos que vitimaram membros da comunidade LGBTTT. A maioria deles em cidades do interior. O número da violência coloca o estado no 10º lugar do ranking nacional de mortes. No Nordeste, ocupa a 4ª posição, de acordo com dados divulgados pelo Grupo Gay da Bahia, entidade responsável por reunir todas as informações. Isso sem contar a subnotificação, que ainda é grande e acaba ocultando muitos casos que ocorrem no estado. 

Confira mais AQUI.

Por: Jamylle Bezerra e Madysson Weslley (Gazeta Web)

Nenhum comentário: