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Brasília – “Se Deus quiser venceremos a crise” – diz o Michel Temer.
A posteriori o governo já tem a explicação caso não vença a crise ou, o que é pior, caso a crise se agrave.
É porque Deus não quis resolvê-la.
Mas, a verdade é que Deus não tem nada a ver com a trapalhada em que meteram a nação. Aviso de que não iria dar certo não faltou.
A ilegitimidade do governo, ainda que se esmere de ter seguido a Constituição para chegar ao poder, é o principal entrave – e não Deus, que nada tem a ver com a trapalhada que foi patrocinada.
Os investidores estrangeiros, e até mesmo os nacionais, se retraíram e os números dos indicadores econômicos são cada vez piores.
A queda da arrecadação, o desemprego crescente, e a desconfiança generalizada, tudo isso é consequência.
E não se deve combater as consequências antes de se eliminar a causa, senão permanece-se no ciclo vicioso.
A verdade é que o país está paralisado por falta de comando e não cabe mais repetir o discurso que coloca a culpa no governo que se derrubou com o golpe parlamentar.
Ao contrário do governo derrubado com o golpe parlamentar, que enfrentava a oposição radical no Congresso, o governo atual tem todo o apoio necessário e a tranquilidade parlamentar para agir.
E o que está faltando?
Está faltando Deus ajudar ou está faltando legitimidade e credibilidade no governo?
A recuperação do país não depende de Deus, como querem responsabilizá-Lo, mas única e exclusivamente da confiança e do respeito que o governo possa adquirir junto à população.
E, por enquanto, esses requisitos imprescindíveis parecem distantes.
Já se fala à boca miúda em um novo governo, que seria eleito pelo Congresso Nacional no primeiro trimestre de 2017, o que alimenta essa incerteza e deixa o atual governo ainda mais fragilizado.
O processo de cassação da chapa Dilma-Temer, em curso na Justiça eleitoral, deixa o governo ainda mais vulnerável. E caso o governo substitua o ministro da Fazenda, Henrique Meireles, as consequências serão ainda piores porque passa a imagem de um governo que não sabe o que está fazendo.
Portanto, livremo-nos Deus dessa enrascada; não foi Ele que colocou o país nessa situação.
Quem colocou o país nessa enrascada foi a cultura golpista que ilustra a história da República, protagonizada por maus brasileiros.
E, pelo que se vê arremedo algum colocará o país nos trilhos novamente. Sem a participação popular, sem o voto livre, nenhum governo terá legitimidade.
E sem legitimidade, nenhum governo pode implementar os projetos econômicos necessários à retomada do crescimento e o combate ao desemprego.
Deus apenas fica observando para identificar ora os que usam o Seu nome em vão, ora para marcar os que agem sorrateiros e dissimulados.
Por: Roberto Villanova/Blog do Bob (Gazeta Web)
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