Em gravação divulgada por rádio colombiana, boliviano Miguel Quiroga, que pilotava o Avro RJ85, relata problema de combustível/Reprodução - TV Globo
Um áudio de cerca de 11 minutos, divulgado na tarde desta quarta-feira pela Blu Radio, da Colômbia, revela pedidos insistentes para pousar do piloto do avião que transportava a delegação da Chapecoense no que seria a última conversa que ele teve com a torre de controle do aeroporto José Maria Córdova, em Medellín.
A gravação mostra Miguel Quiroga, que pilotava o Avro RJ85, relatando falta de combustível no avião e pedindo várias vezes para pousá-lo momentos antes do acidente que provocou a morte de 71 pessoas na madrugada de terça-feira. O primeiro pedido é feito logo aos dois minutos da gravação.
À solicitação do piloto, uma controladora responde que a "próxima chance" para pouso seria dali a sete minutos, porque havia uma emergência com outra aeronave - um Airbus da Viva Colombia - sendo atendida naquele momento.
Por isso, ela dá ordens para que o avião que transportava o time catarinense permaneça no ar. Em seguida, autoriza a aproximação da outra aeronave.
A conversa se estende até o pedido final de Quiroga, já em tom de desespero, aos nove minutos:
- Senhorita, Lamia 2933 está em falha total, falha elétrica total, sem combustível - grita o piloto.
- Pista livre e com chuva sobre a superfície, Lamia 2933. Bombeiros acionados - responde a controladora.
Na sequência, em três frases rápidas, o piloto pede à torre as coordenadas para pousar, no que é atendido. Então, a controladora pergunta a altitude do avião. O piloto responde e solicita com urgência a direção da pista:
- 9 mil pés, senhorita. Vetores (direção), vetores... - são as últimas palavras gravadas do piloto.
Depois, a torre avisa que o avião da Chapecoense está a 8.2 milhas (cerca de 13 quilômetros) da pista de pouso. Na próxima pergunta sobre altitude, o piloto não se comunica mais. Os chamados dos controladores duram mais dois minutos.
Segundo especialistas, a altitude segura para um avião sobrevoar a região montanhosa de Cerro El Gordo é 10 mil pés (3.048 metros). Como o piloto relatou acima, ele estava voando mais baixo, a 9 mil pés (2.743 metros).
O avião perdeu contato com a torre de comando quando sobrevoava as cidades de La Ceja e Aberrojal, à 0h33 de Brasília, e a queda ocorreu à 1h15 no Cerro El Gordo - segundo informações do aeroporto de Medellín.
Ouça o áudio e vídeo aqui.
Por: Globo Esporte
Vídeo e áudio: Jornal Nacional
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