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Depois da Universidade Federal Fluminense (UFF) anunciar que abriria uma sindicância para investigar as denúncias sobre uso de drogas e álcool na unidade, que fica em Rio das Ostras, no Rio de Janeiro, o professor responsável pelo Departamento de Artes e Estudos Culturais, Daniel Caetano, declarou apoio ao evento intitulado “Xereca Satânik”.
No texto divulgado no Facebook nesta terça-feira (3), o professor diz que o evento foi uma “performance para chocar” e declarou “apoio total aos organizadores”. Segundo alunos que divulgaram imagens da performance artística, realizada na última quarta-feira (28), a festa teve orgias e rituais satânicos. A genitália de uma mulher foi costurada. Segundo o professor, em protesto contra a violência às mulheres.
“Gente, preciso falar sério sobre um assunto que anda correndo as redes sociais - o tal evento "Xereca Satânica" ocorrido no Puro, em Rio das Ostras, promovido por alunos do curso de Produção Cultural dentro da programação de uma disciplina cujo tema era ‘Corpo e resistência’.
Após um dia de apresentação de seminários e muitas discussões (testemunhei isso, vi a sala lotada), os alunos promoveram uma performance, realizada por um coletivo que se dispôs a vir de MG apenas para isso. É um coletivo que está habituado a fazer performances como a que aconteceu, feitas para chocar a sensibilidade das pessoas e fazê-las pensar sobre seus próprios limites (infelizmente não pude estar presente)”, escreveu.
“Infelizmente, há pessoas que acreditam que o mundo deve ser moldado à sua imagem e semelhança, sem permitir qualquer espécie de desvio do padrão ou mesmo qualquer espécie de afronta à sua sensibilidade confortável, conformista e preguiçosa. A costura de partes do corpo, inclusive da região genital, não é novidade para qualquer pessoa que tenha lido mais de um parágrafo sobre arte contemporânea posterior aos anos 1970.
Sugiro a quem quiser saber mais sobre o assunto que pesquise os trabalhos de pessoas como Marina Abramovic e Lydia Lunch. A performance tinha como um dos objetivos denunciar a constante violência contra mulheres na cidade de Rio das Ostras/RJ, onde as ocorrências de estupros estão entre as maiores do país. O caso é que foram feitas e divulgadas fotos do evento - o que deu a ele uma dimensão política e social que vai muito além dos muros do Pólo, tornando-se tema de blogs sensacionalistas e da imprensa marrom.
Estando atualmente na função de chefe do departamento em que esse evento foi promovido, afirmo para quem for necessário que damos apoio total aos promotores do evento, realizado dentro de uma perspectiva acadêmica, a partir de discussões ocorridas nas aulas de uma disciplina. É coisa séria e deve ser respeitada”, afirmou o professor.
Por: Voz da Bahia
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