Ele afirmou, nesta segunda-feira (15), que está com o coração dilacerado/Reprodução
Willan Lima, pai da Felipe dos Santos Lima, menino de dois anos que morreu afogado dentro de uma cacimba, em São Sebastião/AL, no último sábado (13), fez um desabafo emocionante sobre a morte do filho, que aconteceu no dia do aniversário da mãe.
Ele afirmou, nesta segunda-feira (15), que está com o coração dilacerado e que, após o filho ser retirado do poço, pediu a Deus por um milagre para que a criança sobrevivesse.
“Eu e sua mãe só tivemos acesso a você no hospital. O choro tomou conta de todos. Clamei a Deus por um milagre: ‘Senhor, devolve ele para mim’. Mas o coro dos anjos foi mais alto e precisavam de você no céu”, desabafou.
O caso ocorreu no Distrito de Sapé, em São Sebastião, Agreste de Alagoas. Willan contou a rotina dos familiares naquele fatídico dia.
Ele relata que aquele era um sábado especial, pois a esposa – mãe de Felipe – fazia aniversário. Pela manhã, eles comemoraram juntos. À tarde, porém, ocorreu a tragédia.
Willan conta que Felipe brincava com as primas, quando passou em um poço antigo, que estava desativado e tampado por uma laje vedada.
No entanto, ele acredita que as fortes chuvas podem ter deteriorado a estrutura, que cedeu quando a criança passou por cima. O homem relata que o menino sempre brincava no terreno, mas nunca se aproximou do local.
Um vizinho ainda entrou no poço e retirou a criança. Com a chegada dos profissionais da saúde, Felipe foi levado por uma Unidade de Terapia Intensiva Móvel (UTI) ao hospital, mas não resistiu.
“A primeira noite no IML foi uma prova que nunca pensei enfrentar. Entre corredores frios, percebi um raio de luz sobre você, sinal do céu. Profissionais nos ampararam com humanidade. Após a necropsia, a causa confirmada foi: morte por afogamento”, relatou ele.
Felipe dos Santos nasceu no dia 28 de março de 2023. A mãe, Francielle Lima, descobriu a gravidez quando estava com três meses de gestação.
Willan conta que a gravidez foi tranquila, amada e desejada. “Tantos detalhes para a sua chegada: cores, decoração, amor e gratidão”, relata ele, ressaltando que a filha primogênita aguardava a companhia do irmão. “Formávamos o quarteto mais perfeito”, pontuou ele.
“Sua chegada foi radiante […]. Seu choro abriu portas de felicidade e completou a união e a cumplicidade da nossa família”, desabafou o pai, afirmando que o menino era meigo, sorridente, e suas expressões traduziam leveza e paz. “Cada traço seu revelava pureza e prodígio. Rodeado de carinho e amor de todos à sua volta, Felipe tinha um sorriso aberto, um olhar cúmplice e um laço especial com a irmā— a ”Lolo", como ele a chamava. Eu não cabia em mim de tanto amor que sentia por eles. E sua mãe... ela revelava, face a face, o cuidado e a proeza de zelar por vocês”, prolongou-se ele na carta aberta.
Willan recordou de como os tios eram apaixonados por Felipe, de como os primos compartilhavam brincadeiras e chocolates, de como eram os dias na escola, as descobertas na infância, a primeira vez em que a criança o chamou de pai, e o fascínio que o menino sentia por fazendas, animais, tratores e “a motinha Pop do avô”.
“Como você amava as músicas de vaquejada, principalmente a tão tocada ‘Casca de Bala’, que fazia seus olhinhos brilharem e os pezinhos dançarem. […]. Sua partida foi precoce. Eu e sua mãe não encontramos respostas, mas confiamos que tudo tem um propósito. Você agora é uma estrela que brilha junto às constelações do Pai”, afirmou ele.
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