MUITA ATENÇÃO - DESCOGESTIONANTE NASAL: VÍCIO QUE AFETA MILHARES DE BRASILEIROS (ENTENDA/GN - SAÚDE)

As substâncias são comercializadas livremente em farmácias, mas podem causar dependência física e psicológica/Freepix



Parecem inofensivos, mas o uso indiscriminado de descongestionantes nasais pode causar dependência e agravar problemas respiratórios. Eles são populares por proporcionarem alívio imediato da congestão nasal causada por gripes, resfriados e alergias. Contudo, além de mascarar uma possível doença e atrasar o diagnóstico correto, podem causar sérios danos à saúde, como problemas cardíacos, alterações no sistema nervoso central e internações por intoxicação.



O uso prolongado também pode levar a um ciclo vicioso: o “efeito rebote”. Esse fenômeno ocorre quando o medicamento perde a eficácia, fazendo com que o nariz fique ainda mais entupido. Então, o usuário tende a replicá-lo com frequência crescente.

Dessa forma, o uso contínuo do descongestionante por mais de três dias pode causar dependência física e psicológica.

O médico otorrinolaringologista e diretor da Clínica OtorrinoDF, dr. Stênio Ponte, explica que, durante um tempo, o medicamento funciona, mas, depois, ele piora tudo. “É fundamental que o paciente entenda que a longo prazo o mau uso vai trazer problemas.”

Vício detectado

De acordo com o médico, o vício no descongestionante nasal se caracteriza quando a pessoa não vive sem o medicamento no bolso, no trabalho, em casa; um para cada lugar. Além disso, utiliza-o de três a sete vezes diárias, ininterruptamente.

Nesse caso, se o paciente ficar sem a substância, ele se sente ansioso e agoniado. “E isso é um problema, porque causa dependência. Há pessoas com estoque de descongestionante nasal em casa, o que já é um vício”, explica.

Para usar o descongestionante, é necessário ter recomendação médica, segundo Ponte.

“Quando o descongestionante é utilizado indiscriminadamente, há o aumento de pressão, arritmia, além da rinite medicamentosa, que, devido ao vício, prejudica, causando uma elasticidade dos vasos sanguíneos”, pondera o doutor.

Na prática, Ponte explica que o vício na solução fecha o vaso, diminuindo a circulação de sangue e, consequentemente, a estrutura para a pessoa respirar melhor. “De tanto o vaso abrir e fechar, perde tonicidade e dilata de uma vez. Depois disso, o medicamento passa a ser o causador do problema”, reitera.

A época em que mais se usa descongestionante é quando o clima está úmido, com chuva. Nesse período, aumenta o índice de infecções respiratórias, como gripe e influenza, que leva à obstrução nasal. “Para as pessoas que já são viciadas no produto, não importa a estação. Elas usam o tempo todo”, pontua.

O vício no medicamento se torna perigoso, na visão do médico, porque, primeiramente, é de fácil acesso e barato. E pode causar rinite medicamentosa, abstinência, sangramento e até dificuldade no olfato, além de outros efeitos.

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Por: Metropoles

 

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