REVOLTA - MÃE E BEBÊ MORTOS DURANTE PARTO EM HOSPITAL DE PAULO AFONSO/BA SÃO ENTERRADOS SOB PEDIDOS DE JUSTIÇA (VEJA VÍDEO/GN - SERTÃO DA BA)



Corpos da mãe e do bebê são sepultados no cemitério do povoado Barriga. HNAS emite nota. Foto: Leitor PA4 e cortesia Ilha FM


Sob muita comoção e pedidos de justiça, os corpos de Edilane Rocha da Silva, de 28 anos, e o do seu bebê foram enterrados por volta das 10h da manhã desta terça-feira (3), no cemitério do povoado Barriga, distante 35 km do centro de Paulo Afonso (BA).


Lane, como era popularmente conhecida, já era mãe de dois filhos e estava com nove meses e dez dias da gestação do terceiro filho, mas infelizmente ela e o bebê morreram na tarde desta segunda-feira (2) durante o trabalho de parto após ser internada no domingo, dia 1º de dezembro, no Hospital Nair Alves de Souza, em Paulo Afonso, Bahia.

De acordo com informações da mãe da vítima, dona Edilene Rocha, sua filha estava indo ao Hospital Nair desde a última quinta-feira (28) para ter o neném, mas não conseguia ser internada. No domingo (1°), retornou ao local e finalmente conseguiu a vaga. No entanto, na tarde de ontem (2), por volta das 14 horas, ela veio a óbito. Lane morava no Bairro Tancredo Neves (BTN).

Logo após as mortes da mãe e do bebê, imagens das vítimas compartilhando do mesmo caixão vídeos com relato de dona Edlene logo se espalharam nas redes sociais gerando comoção, mas também muita revolta entre a população.

Apesar de toda a repercussão do caso, a diretoria da Chesf – Companhia Hidroelétrica do São Francisco que é a responsável pela administração do hospital, ainda não se manifestou oficialmente  sobre o caso.

Logo após o sepultamento, uma equipe da Rádio Web Ilha FM foi até a residência da família e ouviu a mãe e o esposo de Lane. Ao lado dos dois filhos agora órfãos de mãe, o marido pediu justiça e revelou que tinha sonhos a realizar com sua companheira:

“Eu tinha bastante sonho com a minha esposa, um erro médico no hospital de Paulo Afonso que aconteceu deixou essas duas crianças aqui para mim criar. Eu levei a minha esposa domingo para o hospital, viva. Aí botaram remédio nela, aí ela veio a essa situação aí (óbito) e agora eu estou aqui com essas minhas duas crianças aqui para saber o que é que eu faço da minha vida. Eu quero justiça!”, disse.

Confira mais AQUI.

Hospital Nair Alves de Souza emite “Nota de Esclarecimento” sobre mortes de mãe e bebê durante parto


NOTA DE ESCLARECIMENTO À POPULAÇÃO

O Hospital Nair Alves de Souza – HNAS vem a público emitir o seguinte esclarecimento acerca do óbito de paciente e seu recém-nascido ocorrido no dia 01/12/19, fato este veiculado na imprensa local e nas redes sociais:No dia 11/07/19 a paciente foi atendida no Pronto Socorro do Hospital Nair Alves de Souza no primeiro trimestre de gestação para administração de medicação prescrita por médico do PSF.

1- No dia 26/11/19, às 22:31h, foi atendida na Sala de Parto sem critério de internamento por não se encontrar em trabalho de parto tendo ficado em observação.

2- Na manhã do dia 27/11/19, às 08h30min, após nova avaliação por profissional médico foi liberada com orientação de retornar ao Hospital ao entrar em trabalho de parto.

3- A paciente foi novamente admitida no Hospital às 08h45min do dia 01/12/2019. Atendida por obstetra, foi avaliada e encaminhada para internamento na Sala de Partos.

4- Acompanhada pela equipe da Sala de Partos, foi avaliada às 12h, 15h10min e às 15h30min, por obstetra, que iniciou a indução do parto.

5- Após a indução do parto, ficou a paciente sendo acompanhada pela equipe de obstetrícia, sendo reavaliada às 17h, 18h, 20h, 22h do dia 01/12/19 e à 00h30min e às 05h do dia 02/12/19, apresentando boa consciência e orientação, tendo inclusive se alimentado no período.

7- Às 08h30min, foi novamente reavaliada por obstetra, encontrando-se dentro na normalidade para o quadro de trabalho de parto iniciando a dinâmica uterina e dilatação do colo do útero com boa ausculta cardíaca fetal.

8- Às 09h30min foi mais vez uma reavaliada por obstetra, continuando seu quadro dentro da normalidade aumentando a dilatação mantendo boa ausculta fetal e boa dinâmica uterina, não apresentando nenhum sinal de alarde para eclampsia até esse período.

9- Continuando sob os cuidados da equipe de obstetrícia, às 11h35min, já em processo adiantado de parto, apresentou pico hipertensivo e convulsão (eclampsia) sendo imediatamente atendida por obstetra, com prestação do atendimento emergencial, e encaminhada em estado grave ao bloco cirúrgico com controle da convulsão, onde foi realizada a cesariana tendo sido retirado o feto em óbito, momento em que a neonatologista informou à acompanhante acerca do óbito e da gravidade do quadro clínico da paciente, sendo encaminhada para atendimento psicológico.

10- Após a cirurgia, a paciente ficou em observação no bloco cirúrgico sob os cuidados da equipe cirúrgica (obstetra, cirurgião geral, anestesista e equipe de enfermagem) vindo apresentar distúrbio de coagulação pelo que foi indicado histerectomia na tentativa se salvaguardar sua vida, contudo, tendo o quadro se agravado vindo a óbito durante o procedimento cirúrgico.

11- Importante ressaltar que, a todo tempo que esteve sob os cuidados do Hospital Nair Alves de Souza, a paciente foi atendida e acompanhada por equipe que contou com profissionais médicos especialistas, enfermeiros obstetras e técnicos de enfermagem, não faltando em momento algum assistência médica e hospitalar.


O Hospital Nair Alves de Souza – HNAS se solidariza com a dor da família e lamenta a fatalidade ocorrida, ao tempo em rechaça qualquer imputação de que o atendimento médico tenha concorrido para o fato.


PA4

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