PREFEITURA DE DELMIRO GOUVEIA/AL É MULTADA POR MANTER LIXÃO NA CIDADE (GN - SERTÃO DE ALAGOAS)

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Maria José Pereira vive há 12 anos dentro do lixão de Delmiro Gouveia, município localizado no Sertão de Alagoas. 


Lá, ela passa pelo menos 10 horas, de segunda a sexta-feira. É entre o mal cheiro do lixão e as moscas que a catadora faz duas refeições por dia. Essa mesma realidade de dona Maria é compartilhada por dezenas de outros catadores de lixo, todas as semanas, naquela cidade. E os problemas não param por aí. Os trabalhadores não recebem qualquer tipo de equipamento de proteção individual (EPI) e já sofreram vários acidentes. O Poder Executivo foi multado em R$ 258 mil reais pelo descarte irregular de resíduos sólidos.

Dona Maria José Pereira, ao lado de pelo menos mais 10 famílias, vive da catação de lixo desde 2004. Como lá sempre foi o seu local de trabalho, ela até fundou uma associação, a Ascadel, que reúne os demais catadores. A Prefeitura de Delmiro Gouveia há cinco anos é procurada para ajudá-los, mas essa colaboração só chegou recentemente, quando a cidade vivia o processo eleitoral. “Uns candidatos vieram aqui, doaram umas luvas e máscaras, e prometeram dar apoio à Ascadeal se ganhassem. Um deles venceu, bora agora esperar, né? O nosso sonho é que eles construam um galpão para que, além de podermos descansar na sombra depois do almoço, tenhamos um local adequado para fazer a separação do lixo que pode ser reciclado. A gente faz isso num sol causticante”, disse a senhora de 55 anos.

“Nós também queríamos uma prensa e uma balança, mas o Município nunca nos deu. Muita vezes somos roubados porque a gente não tem a noção exata do peso do material que serve para reciclagem”, contou ela, afirmando ainda que nenhum dos catadores tem condições de comprar seus próprios EPIs. “Ou a gente come, ou a gente se protege”, respondeu categoricamente.

Por: Ascom MPAL

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