CRISE FAZ CRESCER NÚMERO DE PROFISSIONAIS FREELANCERS (GN - BRASIL)

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A atividade freelancer, caracterizada pela prestação temporária de serviço sem vínculos de compromisso, expande-se no Brasil por duas principais razões: a atual instabilidade econômica brasileira e mudanças no perfil geracional dos trabalhadores. 


O acirramento da crise e o aumento do desemprego no país - 11,4 milhões de pessoas estão sem emprego -, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estimulam a busca por novas formas de trabalho. "Além disso, os pertencentes à geração Y (nascidos a partir de 1980) valorizam mais a gestão do tempo, o que faz com que procurem trabalhos mais flexíveis em relação ao horário e menos rígidos na relação patrão-funcionário", explica o diretor internacional do Freelancer.com, Sebastián Siseles. O site, plataforma mundial que conecta ofertas de serviços desta modalidade a profissionais, entrou em operação no Brasil em 2012, com 17 mil pessoas registradas. Até abril deste ano, o número havia aumentado mais de 20 vezes, passando para 342.900 profissionais.

Áreas mais promissoras: As áreas que mais oferecem oportunidades são programação, desenvolvimento de website, design e marketing. Normalmente iniciada como estratégia para obter uma renda extra, a atividade freelancer, para um crescente número de pessoas, vem se tornando a principal dinâmica de trabalho. "Percebi que poderia ganhar mais assim do que sendo funcionária de uma empresa", explica a designer gráfica Adnajara Novaes, 28, que concilia atualmente três trabalhos nas áreas de ilustração, encadernação e diagramação. Adnajara tomou a decisão de se dedicar exclusivamente aos freelas (gíria utilizada por freelancers para designar os trabalhos), quando a empresa em que atuava entrou em falência em fevereiro deste ano. Na época, a designer organizou um quarto em seu apartamento para funcionar exclusivamente como home office (escritório em casa).

Flexibilidade e disciplina: "O freelancer exige maior disciplina por conta da maior autonomia. Trabalho de segunda a sexta, como qualquer profissional, só que sem a obrigatoriedade de acordar às 6h da manhã'', diz. Adnajara cobra, em média, entre R$ 600 e R$ 3 mil, de acordo com o trabalho. Os freelas são obtidos por meio das redes de contato ou por anúncios, sendo esta a proposta do Freelancer.com. Registrado no site, o designer Leandro Moreira Ghelli, 42, consegue pegar, quando possível, 20 trabalhos por mês. As remunerações variam entre US$ 100 e US$ 2 mil (os usuários podem prestar serviços para empresas estrangeiras). Além de designer, Ghelli também é músico e produtor. Segundo ele, as três atividades não colidem. "O site me dá liberdade para fazer meu próprio horário", conclui. 

(Informações: ATarde)

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