FORAGIDA DA JUSTIÇA APÓS TORTURAR JOVEM EM PRAIA GRANDE/SP GRAVA VÍDEO, POSTA NA INTERNET E FALA DETALHES DO QUE FEZ (VEJA O VÍDEO E OUTROS DETALHES/GIRO BLOG EA - LITORAL DE SP)


'Bati porque ela é safada', diz suspeita de torturar menor em Praia Grande.
Elisângela Fernandes Maciel diz que vítima queria reatar com seu ex.
Suspeita segue foragida da polícia e afirma que tentou se matar. Foragida gravou depoimento e postou na internet. Para polícia, vídeo não convenceu (Foto: Reprodução/DailyMotion)


A principal suspeita de torturar uma adolescente em Praia Grande, no litoral de São Paulo, se manifestou pela primeira vez após o episódio. Foragida da Justiça, já que a polícia expediu um mandado de prisão contra ela, Elisângela Fernandes Maciel, de 22 anos, postou um vídeo na internet onde apresenta a sua versão dos fatos. O vídeo pode ser acessado clicando aqui.

Durante a gravação, que tem cerca de 10 minutos, a suspeita conta como conheceu Diego da Silva Santos, o 'Bolinho', pivô do que seria a traição que ocasionou todo o episódio. Segundo Elisângela, a vítima não se conformava com o fim do relacionamento com 'Bolinho'. “Conheci ele em  uma semana e, na semana seguinte, nós estávamos morando juntos. Mesmo sabendo que eu estava com ele, ela postava frases de amor e as pessoas vinham comentar comigo.  Ela postava que ia ficar com ele, mandava mensagem para ele. A todo momento ele me mostrava e sempre falou que ela era uma vagabunda”, diz.

Sobre as agressões, Elisângela argumenta que a sua ação se deu em grande parte por ela ter se sentido ‘provocada’ pela vítima. “Eu fui até na casa da mãe dela, conversar, para não me complicar porque ela é menor de idade. A mãe dela disse que ia dar um jeito na filha, mas não adiantou nada. Ele foi preso também, fiquei sofrendo muito tempo. Ela mandou carta quando ele estava preso e fez até uma tatuagem com o nome dele. Mulher nenhuma aguenta isso. A gente saiu, conversamos e ela falou que ele tinha ligado para ela. Ela falou que tinha áudio dele falando que estava solteiro. Fui na casa dela, ouvi o áudio e perguntei se ela teria coragem de mostrar para ele. Ela falou que sim, entrou no meu carro e foi na minha casa. Ninguém obrigou ela a entrar no carro. Eu liguei para ele na hora e falei para ele ir conversar comigo e avisei que estava com ela. Ele falou que não queria saber de p... nenhuma. Um dia antes, a gente tinha brigado porque mandaram uma mensagem anônima”, conta.

De acordo com a suspeita, a vítima teria enviado mensagens com nomes falsos, visando desestabilizar o relacionamento dos dois. “Ela tentava separar a gente de todas as formas.  Nenhuma mulher tem ‘sangue de barata’. Eu fui muito apaixonada por ele, mas ele acabou com a minha vida. Ele não, ela. Agora ela está se fazendo de 'santa', de coitada”, afirma.

Para Elisângela, a jovem poderia ter evitado o episódio. “Fiquei brava com ela. Ela não se defendeu porque não quis. Bati mesmo. Bati nela porque ela é safada. Por isso que ela não tem amigas. Ela mesma postou o vídeo. Eu pensei que não tinha vídeo no celular dela. Fiquei com muita raiva e agi na emoção. Sei que errei. Fiquei quatro meses tendo a minha vida atormentada. Mulher nenhuma que gosta de um cara aguenta isso. Estão me julgando e tenho recebido muitas ameaças. O mundo inteiro está contra mim”, desabafa.

Apesar das acusações contra a vítima, no fim do vídeo, a suspeita se desculpa pelas agressões, com exceção ao seu ex-namorado. “Eu cortei os meus pulsos por causa dele. Quase morri. Enfiei uma faca na minha perna. Ele é 'moleque' e nunca assumiu a responsabilidade. Não entendi porque ele fez Boletim de Ocorrência contra mim. Ele falava que me amava, mas não assume nada. Mas peço desculpas para todo mundo, porque eu não sou uma pessoa ruim. Minha mãe está muito doente e o meu pai estava vendendo tudo para tentar me ajudar. O que aconteceu eu sei que tem consequência. Mas peço desculpas para ela e a mãe dela”, conclui.

O pai de Elisângela contratou um advogado, que já teve acesso aos autos do inquérito. Porém, até o momento ela segue sem se apresentar à polícia, que decretou a sua prisão temporária na semana passada.

Suspeita é detida - Jackeline Justino de Souza, suspeita de ser cúmplice na tortura contra a adolescente, foi presa na última semana. A jovem foi encaminhada para o 2º Distrito Policial (DP) de São Vicente. Jackeline contou a sua versão do episódio. “Eu cheguei lá e já estava acontecendo tudo. Pedi para parar. Eu não xinguei a vítima, falei para ela falar o que a Elisângela queria. Ela me pediu para não deixar matá-la, mas a Elisângela não parava. Eu até cheguei a tirar o capacete da mão dela. Eu não sei o que ela estava pensando exatamente. Ela estava muito fora de si”, afirma.

A suposta cúmplice destaca que a agressora pediu para filmar as agressões, mas que a vítima adotou o mesmo expediente, com receio de que algo pior pudesse lhe acontecer. “Teve uma hora que a Elisângela foi na cozinha e a vítima pediu para eu gravar. Eu não tinha como pedir ajuda, pois o apartamento estava trancado. Eu insisti com a Elisângela que parasse, que a vítima poderia morrer. Foi quando ela parou e a mandou ir embora”, comenta.

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Por: G1

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