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Pesquisa na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da USP aponta o que muitos já desconfiavam: garotos têm 2,2 vezes mais chances de cometer exageros relacionados ao consumo de bebidas alcoólicas se comparado a meninas.
Participar de atividades de cunho religioso reduz consideravelmente as chances de consumo. "A vontade de provar algo novo, sejam drogas lícitas ou ilícitas, é comum no universo dos jovens", afirma a pesquisadora Efigenia Aparecida Maciel de Freitas, lembrando que o consumo de álcool apresenta consequências que vão desde episódios de exposição pessoal a tragédias como a morte.
Para o doutorado "Consumo de bebidas alcoólicas e outras substâncias psicoativas entre estudantes do ensino médio de Uberlândia-MG", a pesquisadora entrevistou, por meio de questionário, 1.995 jovens do ensino médio de diversas escolas públicas e de uma escola privada do município de Uberlândia, Minas Gerais.
"O estudo traz não só a realidade dos jovens , corrobora com outros realizados ao redor do mundo", salienta a pesquisadora. No país, as principais causas de morte de adolescentes estão atreladas ao consumo prévio de álcool ou outras substâncias psicoativas.
A pesquisadora lembra que brigas seguidas de agressões físicas, relações sexuais sem proteção e graves acidentes de trânsito estão relacionadas ao consumo dessas bebidas.Perfil: A pesquisa, com 94,3% de estudantes de escolas públicas, revelou que eles têm o primeiro contato com a bebida aos 13 anos.
"Álcool e tabaco são com essa idade, porém, drogas mais pesadas como crack, cocaína e maconha é por volta dos 14, 15 anos". Entre os 1.613 jovens que declararam já ter consumido álcool, a maioria, 35,3%, diz que o primeiro contato com a substância foi na casa de amigos.
Segundo a pesquisadora algumas motivações relatadas para o contato com a bebida foram critérios de aceitação, como a entrada em um grupo ou facilitador de relações interpessoais. Boa parte desses jovens, 28,7%, relataram ter o primeiro contato em sua casa, com pessoas do seu convívio diário. Para a pesquisadora o dado é explicado com dois aspectos: alguns pais acreditam que se seus filhos bebem perto deles, estão protegidos, porém, outros fazem isso para estimular a conduta, que pode trazer riscos, mesmo com a consciência dos pais.
Sobre o Padrão Binge (ferramenta para conceituar um padrão de consumo), adolescentes do sexo masculino (70,2%) bebem mais do que as garotas (28,2%). A comparação não foi feita apenas entre os sexos, mais também nas escolas: a prática de cometer exageros com maior frequência foi maior na escola particular.
Por: Agência USP
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