ALAGOAS TEM MÉDIA DIÁRIA DE 2 CASOS DE VIOLÊNCIA CONTRA MULHER SOMENTE EM 2018 (GN - AL)

Casos de lesão corporal e ameaça são constantes; situações devem ser denunciadas/Divulgação


"Minha história de violência começou aos 12 anos. A opção dos meus pais para eu continuar os estudos foi me colocar no internato na cidade vizinha. Em um dos eventos do colégio, eu fui arrastada para o banheiro masculino e estuprada, fui discriminada na cidade em que eu vivia e minhas amigas foram obrigadas a se afastar de mim", desabafou a jornalista Dulce Melo. 


Depois de casada, a violência continuou na vida de Dulce Melo. Alguns anos depois da união com o atual ex-marido, eles passaram a ter uma relação difícil e ele tornou-se agressivo. "À noite, ele chegava embriagado, me acordava e me obrigava a ter relações sexuais, sob ameaça de morte. Eu cheguei a esconder os objetos cortantes da casa com medo dele me matar. Quando ouvia o barulho do carro chegando, tremia", afirmou a jornalista. 

Dulce desenvolveu síndrome do pânico e resolveu procurar ajuda quando sua vizinha decidiu se mudar porque temia vê-la morta. "Foi quando criei coragem e fui até a Delegacia da Mulher e denunciei. O juiz Paulo Zacarias assinou uma liminar que determinava que ele deveria ficar a 100 metros de distância de mim", relata, destacando que, com o trauma, passou a não conseguir exercer a contento a profissão e chegou a agredir um acusado de estupro. 

O caso relatado acima é apenas um ocorrido no estado. Mas todos os dias surgem novos casos. Para se ter uma ideia, somente nos primeiros dois meses deste ano, a média de denúncias de violência contra a mulher recebida pelas polícias é de duas por dia. Foram mais de 160 casos de violência doméstica nesse período. 

Mais impressionantes que os números, são as histórias das mulheres que são violentadas por seus companheiros e familiares, dentro de casa. Um caso que chocou a cidade de Viçosa, no interior de Alagoas, foi o assassinato da professora Angélica Ventura, no início deste mês de março. Ela foi morta a facadas pelo próprio marido, que está foragido. O motivo do crime? Ciúmes.  

O que acontece com o agressor?  

Em apenas uma semana, mais de 160 audiências relacionadas a violência contra a mulher foram realizadas no juizado no Centro de Maceió. A Gazetaweb acompanhou uma manhã de trabalho no juizado e conferiu de perto o processo em que a mulher fica cara a cara com o próprio agressor. Muitas vezes, ela comparece à audiência para dizer que tudo já está bem e que as agressões sofridas foram perdoadas. Em outros casos, no entanto, a mulher vítima de agressão se mantém firme e quer levar o processo até o fim. 

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Por: Gazeta Web

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