Alunos da Escola Estadual Campos Teixeira registraram Boletim de Ocorrência. Um dos militares teve o braço quebrado na confusão/(Foto: Reprodução).
Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra um aluno sendo agredido por um policial militar dentro da Escola Estadual Campos Teixeira, em Maceió/AL.
A Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Alagoas (OAB-AL) informou que os alunos registraram boletins de ocorrência na terça-feira (30). A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) confirma que a ação foi flagrada pelas câmeras de circuito interno da escola e que investiga o caso.
A abordagem aconteceu no dia 24. Na ocasião, um cabo do Batalhão de Polícia Escolar (BPEsc) da Polícia Militar teve o braço quebrado. A PM disse que foi até a escola para averiguar uma denúncia de tráfico de drogas e de uso de armas de fogo dentro da escola, mas que os estudantes reagiram e houve a confusão generalizada.
O relato dos estudantes e dos pais deles às comissões de Defesa da Criança e do Adolescente e de Direitos Humanos da OAB é de que os policiais teriam entrado na escola para supostamente proferir uma palestra, mas que acabou resultando em agressões e ameaças.
O vídeo mostra o policial se aproximando do aluno, que está sentado na sala de aula. Depois de conversar com o estudante, o PM dá um tapa no rosto dele. Em seguida, com as mãos, o policial aperta o pescoço do rapaz. Neste momento, outro policial aparece na imagem.
Depois do tumulto, o policial leva à força o estudante para fora do alcance da câmera, na direção da saída da sala. Segundo a OAB, um aluno agredido disse ainda que tentou correr, mas foi impedido pelos policiais.
"Na tentativa de se defender, pegou uma cadeira e atirou próximo ao agressor (policial)... mas observou ainda, que a cadeira não teria atingido o policial; que, logo após chegaram mais policiais com spray de pimenta, e armados com balas de borracha (...) onde por diversas vezes usaram palavras ofensivas; QUE, os Policiais obrigaram o declarante a retornar para o pátio da escola, então, logo após, os policias o alcançaram e mandaram o mesmo deitar-se no chão e colocar as mãos na cabeça, foi quando recebeu um chute na nuca”, detalha o Termo de Declaração divulgado pela Ordem.
A OAB informou que vai investigar a denúncia contra o policial militar e também de ameaças que os alunos dizem estar sofrendo após o episódio.
A Seduc afirma que o BPEsc é parceiro da secretaria, mas que a ação, da forma como foi feita, é inadmissível. Diz ainda que a PM não poderia ter entrado na sala de aula sem o conhecimento e a companhia de um representante da gestão da escola.
Segundo a secretaria, mesmo que houvesse alguma acusação concreta sobre o aluno, o órgão entende que este deveria ter sido chamado fora da sala de aula para que a polícia tomasse as providências legais, sem colocar em risco a integridade dos alunos.
Segundo o vice-presidente da Comissão de Defesa da Criança e do Adolescente, Paulo Paraízo, caso seja comprovada a ação truculenta e as ameaças sofridas, a OAB Alagoas deve cobrar que as medidas cabíveis sejam tomadas com urgência.
“É preciso investigar o caso, não podemos fazer julgamento sem bases, mas nos assusta ter o conhecimento de tudo o que foi relatado e acompanhar as imagens do transcorrer da ação. Precisamos de uma resposta da Segurança Pública, através de uma averiguação rápida e concreta”, disse Paraízo.
A Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP) informou apenas que o Comando de Policiamento da Capital (CPC) apura as circunstâncias da ação e a conduta dos militares.
Por: G1
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