OPERAÇÃO DA PF ONDE PRENDEU EX-PREFEITO CELSO LUIZ FOI MOTIVADA POR 'COMPRA DE TESTEMUNHAS', DIZ MPF (VEJA VÍDEO/GN - AL)

Ex-prefeito e vice de Canapi, Celso Luiz e Genaldo Vieira, além de dois ex-secretários, foram alvos de mandados/Foto: Rafael Maynart


Os pedidos de prisão solicitados à Justiça Federal e que resultaram na deflagração da Operação 'Deusa da Espada' nesta sexta-feira (12) foram motivados pela ação dos alvos dos mandados no sentido de silenciar testemunhas que pudessem dar relatos sobre o desvio de dinheiro milionário na cidade de Canapi. 


A informação de que o ex-prefeito de Canapi, Celso Luiz, o ex-vice-prefeito Genaldo Vieira e os ex-secretários Jorge Valença e Carlos Alberto estariam "comprando" o silêncio de testemunhas motivaram o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) a entrarem com os pedidos de prisão. Eles também se basearam no fato de que mesmo após a realização da 1ª fase da Operação Triângulo das Bermudas, os desvios continuaram acontecendo. 

No começo da tarde desta sexta-feira, dois alvos da operação, os ex-secretários Jorge Valença e Carlos Alberto, chegaram em carros descaracterizados à sede da Superintendência da Polícia Federal em Alagoas, no bairro do Jaraguá. De lá, foram ao Instituto Médico Legal (IML) e, em seguida, subiram para o sistema prisional. Os suspeitos são acusados pelo Ministério Público e pela Polícia Federal dos crimes de lavagem de dinheiro, desvio de verbas federais, organização criminosa e fraude à lei de licitações. 

Dos quatro mandados, foram cumpridos apenas três, já que Genaldo Vieira, ex-vice-prefeito, conhecido como Vieira do Povão, até o momento não foi preso e nem se apresentou espontaneamente, sendo considerado foragido da justiça. Os demais já foram apresentados à Justiça Federal em Santana do Ipanema, para audiência de custódia.

Na audiência, os advogados dos presos pediram a substituição da prisão, mas o MPF sustentou a manutenção da preventiva. O juízo federal concordou com as alegações do órgão ministerial e manteve todas as prisões preventivas decretadas.

Em razão do fim do foro por prerrogativa de função do ex-prefeito, cujo mandato terminou no final do ano de 2016, as investigações passaram a ser acompanhadas pelo Ministério Público Federal em Alagoas (MPF/AL), através da Procuradoria da República no Município de Arapiraca (PRM-Arapiraca). Adiantadas, as investigações do inquérito policial nº 257/2016, tramitando na Polícia Federal, já coleciona provas robustas de autoria e materialidade dos crimes.

O inquérito foi instaurado para apurar uma série de crimes graves praticados pelos gestores do município de Canapi, entre os anos de 2013 e 2016, em especial por Celso Luiz Tenório Brandão, então prefeito. Entre as irregularidades encontradas, está a utilização irregular de precatórios relacionados a crédito judicial do extinto Fundef, atual Fundeb. Verbas federais que deveriam ser investidas exclusivamente na educação.

Estima-se que o valor desviado seja de pelo menos R$ 17 milhões só do antigo Fundef. Os recursos eram sacados no caixa ou transferidos das contas do Fundef/Fundeb para contas de "laranjas", alguns deles beneficiários do Bolsa Família.

Segundo o procurador da República, Carlos Eduardo Raddatz, "há provas suficientes de que houve desvios milionários de diversas verbas públicas naquela prefeitura e as provas são robustas de materialidade e autoria, apontando o ex-prefeito Celso Luiz como principal beneficiário desses recursos desviados".




Por: Gazeta Web

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