EX-PREFEITO DEPÕE EM AÇÃO NO CNJ QUE INVESTIGA DESEMBARGADOR WASHINGTON LUIZ (GN - AL)

Desembargador foi afastado das funções suspeito de integrar 'Máfia da Merenda'. Christiano Matheus (PMDB) e outras 4 pessoas são testemunhas no processo/(Foto: Derek Gustavo/ G1).


O ex-prefeito de Marechal Deodoro/AL, Christiano Matheus (PMDB) e outras quatro pessoas prestarão depoimento nesta quarta-feira (10) no processo que afastou o desembargador Washington Luiz da presidência do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL), por suspeita de envolvimento no esquema conhecido como Máfia da Merenda. O desembargador também será ouvido.


Além de Matheus, ex-genro de Washington Luiz, também serão ouvidos os desembargadores Klever Rego Loureiro e João Luiz Azevedo Lessa, o empresário Kleber Malaquias de Oliveira e Maria Aparecida de Oliveira.

Os depoimentos serão colhidos pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por meio de videoconferência, feita a partir da sede da Justiça Federal em Alagoas, na Serraria. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do órgão.

Washington Luiz foi afastado da presidência do TJ e das funções de desembargador em junho de 2016, após decisão do CNJ. Ele é investigado por suspeita atuar no cartel de merenda que agia em Alagoas, Rio Grande do Sul e São Paulo.

No julgamento do pedido de afastamento, proposto pela ministra Nancy Andrighi em outubro de 2015, também foi decidida a abertura de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) e um pedido de revisão disciplinar para verificar a participação do desembargador em fraudes no município de Pilar.

Além do caso da Máfia da Merenda, o afastamento foi decidido por conta de um suposto favorecimento do prefeito afastado de Joaquim Gomes, Antônio Araújo Barros, o "Toinho Batista", em troca de apoio político para o irmão do desembargador, Inácio Loiola Damasceno Freitas.

De acordo com o CNJ, decisões de Washington Luiz teriam possibilitado o retorno de Toinho Batista ao cargo, mesmo depois de ter sido cassado. Além disso, outra decisão teria favorecido três vereadores da base de apoio do prefeito.

Outro caso faz referência à suspeita de proteção a Christiano Matheus quando era prefeito de Marechal, o que teria inviabilizado a prisão dele. Matheus é suspeito de fraude na contratação de bandas para evento na cidade com dinheiro público, entre 2009 e 2013, que teriam gerado um prejuízo de mais de R$ 1,3 milhão.

Na época em que tomou conhecimento da decisão do CNJ, Washington Luiz classificou as acusações feitas contra ele como “fantasiosas”.

Por: G1

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