Família ainda não sabe se vai acompanhar translado do corpo do jogador Arthur Maia, que deve ser sepultado em Maceió/Foto: Premiere
O acidente envolvendo a aeronave que levava a delegação da Chapecoense-SC para a Colômbia, nesta terça-feira, interrompeu o sonho de um time de futebol ascensão. E uma das histórias ceifadas com a tragédia é a do alagoano Arthur Maia, de 24 anos, meia-atacante com passagens por times como Flamengo, Vitória-BA e América de Natal.
Na casa da família, no Vergel do Lago, periferia de Maceió, o pai de Arthur, Roberto Maia, confidenciou que, ao final da promissora carreira, o atleta desejava vestir a camisa do Centro Sportivo Alagoano (CSA), clube de coração do pai.
Foi por meio da imprensa que os familiares do jogador tomaram conhecimento da tragédia. O nome do meio-campista sequer chegou a figurar na lista da Cruz Vermelha entre os possíveis sobreviventes da queda do avião. Abalado com a morte do filho, Roberto disse que, até o momento, ainda não recebeu nenhuma ligação oficial da direção da Chapecoense, acrescentando que informações continuam a chegar de forma desencontrada.
"Ele tinha o sonho de terminar a carreira, jogando em bom nível, pelo CSA. Ele planejava realizar este sonho por volta dos 33 anos. O CSA é o meu time, e era o clube do coração também de Arthur. Queria muito vê-lo realizar este desejo. Arthur começou sua vida no esporte ainda com 10 anos de idade, na escolinha do Azulão, de onde seguiu para teste no Vitória", disse o pai.
Roberto Maia declarou também que ainda não decidiu se alguém da família vai até a Colômbia para reconhecer o corpo e providenciar seu translado para o Brasil. Segundo ele, quem deve fazê-lo é o empresário que acompanhava o jogador. "O Arthur entrou em contato com a noiva sobre a viagem e ficou de nos avisar quando chegasse em Medellin", recordou o pai, destacando que o atleta pretendia se casar no próximo ano.
E apesar de ainda não haver uma data para a chegada do corpo a Alagoas, o pai do jogador afirma acreditar que o sepultamento será realizado em um cemitério da capital. Ele aguarda a definição dos tramites por parte das autoridades brasileiras e colombianas. "A noiva dele vive em Salvador, e eles viriam para Maceió no dia 21 de dezembro. Passaríamos Natal e réveillon juntos. Eles já haviam comprado, inclusive, ingressos para uma festa no dia da virada. Ela está em choque e descansando à base de medicamentos. Esta também é a nossa realidade", reforçou.
O acidente
A delegação da Chape saiu de Guarulhos para a Bolívia em um voo comercial com 72 passageiros e nove tripulantes. Após escala técnica, deixou Santa Cruz de La Sierra em direção a Medellín. Quando sobrevoava a região de Antióquia, perdeu contato com o aeroporto, que confirmou o acidente. A causa teria sido uma pane elétrica. Ainda de acordo com a imprensa local, o piloto teria liberado combustível para evitar uma explosão durante o pouso forçado.
Na Colômbia, a Chapecoense disputaria o título da Copa Sul-americana nesta quarta-feira, contra o Atlético Nacional. Seria a primeira decisão internacional do clube e do jogador alagoano.
Por: Gazeta Web
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