CRISE ECONÔMICA FAZ DISPARAR NÚMERO DE IDOSOS COM NOME SUJO (GN - ECONOMIA)

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Nessa crise da economia brasileira, disparou o número de aposentados endividados. 


E o pior é que, na maioria das vezes, eles estavam ajudando a pagar despesas de outras pessoas. Filhos... Se já é duro dizer “não” para eles quando são pequenos, quando crescem, continua difícil - o que muda são os pedidos. "Era para comprar uma cama e um tanquinho. Deixei que ele pagasse, mas tudo se enrolando, se enrolando, porque ele trabalha por conta própria”, conta a doméstica Antônia Francisca de Oliveira. 

Esta é uma situação que não é incomum: um terço das dívidas que os idosos fazem é para emprestar dinheiro para familiares. É o que mostra um levantamento feito pela Serasa Experian. E este é um dinheiro que na maioria dos casos não tem volta. A crise tem piorado essa situação. Com o desemprego aumentando, em muitas famílias a única renda é a do aposentado. Em 2015, 900 mil idosos deixaram de pagar suas dívidas. Um dos motivos é que muitos, além de pagar as contas de casa, ainda comprometem parte da aposentadoria com empréstimos consignados, diz o diretor da Serasa, Julio Guedes: “O consignado é a forma que eles têm para ter esse dinheiro no momento inicial e, com isso, conseguem resolver os problemas dos filhos, mas os filhos muitas vezes acabam não conseguindo depois pagar essa dívida para seus pais”. 

Anderson está arrumando a casa enquanto não aparece nenhum trabalho. Ele mora ao lado da mãe, a dona Lúcia, que está fazendo tudo para ajudar o filho a sair dessa situação. “Fiz empréstimo para poder ajudar ele, que era para poder pagar as contas”, diz a aposentada Lúcia Costa dos Prazeres. A dona Antônia, do começo da reportagem, está tentando renegociar a dívida para limpar o nome e voltar a ter crédito. Adivinha para quê? “Tenho netos, às vezes a gente quer comprar as coisas para eles e não tem como. Tudo à vista não dá”, conta. “Vó é assim.” O governo anunciou que vai pagar a primeira parcela do 13º dos aposentados e pensionistas do INSS a partir do dia 23 de agosto. A segunda parcela vai ser paga em novembro. Em 2015, por causa da queda da arrecadação, a primeira parcela foi paga em setembro.

Por: Voz da Bahia

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